Novas técnicas vêm reduzindo o impacto ambiental da

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Novas técnicas vêm reduzindo o impacto ambiental da produção de carne no Brasil, segundo reportagem exibida na terça-feira (7) pelo Jornal Nacional. O país, que lidera em número de gado e é um dos maiores emissores de gases do efeito estufa, busca alternativas para tornar a pecuária mais sustentável.

A pecuária responde por cerca de 20% das emissões brasileiras, conforme dados do SEEG, ligado ao Observatório do Clima. Pesquisadores da Embrapa trabalham no desenvolvimento de tecnologias que monitoram e diminuem essas emissões, como o equipamento que captura o metano exalado pelos bovinos.

Rodrigo Gomes, da Embrapa, explica que gases emitidos pelo arroto dos bois representam 64% do total de emissões do setor agropecuário brasileiro. O estudo inclui captar esse metano para identificar aditivos na alimentação do gado que podem reduzir até 40% o gás liberado. Outra metodologia é identificar animais que naturalmente produzem menos metano e incentivar sua reprodução.

O cuidado com as pastagens é outra frente importante para mitigar o impacto. Atualmente, 60% dos campos brasileiros estão degradados, o que agrava a emissão de gases e prejudica a produtividade. Para reverter isso, a Embrapa testa práticas como adubação adequada e manejo que respeita a capacidade da área, evitando a compactação do solo e a erosão.

Além disso, sistemas que intercalam cultivo de grãos e pasto demonstram ganhos no sequestro de carbono. Pesquisas em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, mostram que áreas bem manejadas podem armazenar mais carbono no solo do que a vegetação nativa do Cerrado, especialmente quando combinadas culturas como soja e amendoim com o pasto.

A ampliação da produtividade com redução da área de pasto também tem sido alcançada. Em Mato Grosso do Sul, aumento do rebanho e melhoria na produtividade permitiram a diminuição de hectares de pasto entre três e quatro milhões nos últimos 15 anos, sem a necessidade de desmatamento adicional.

No interior de São Paulo, fazendas aplicam esses conceitos para produzir carne certificada como de baixo carbono. A certificação exige o cumprimento de até 67 critérios, incluindo manejo do solo, legislação ambiental, bem-estar animal e controle da alimentação. Um dos objetivos é reduzir a idade de abate dos animais para diminuir o tempo de emissão de gases.

Outro avanço estudado é o sistema silvipastoril, que integra árvores no pasto para captar carbono e proporcionar sombra aos animais. Apesar da queda na produtividade do pasto sob sombra, a renda proveniente da madeira pode compensar a redução na produção pecuária, conforme destaca Rodrigo Gomes.

O Brasil possui o maior rebanho do mundo e concentra 70% dos produtores de gado em pequenos estabelecimentos rurais. O desafio é promover a sustentabilidade sem prejudicar o meio de vida dessas famílias, garantindo o avanço econômico aliado à preservação ambiental.

As novidades apresentadas indicam que a produção de carne ambientalmente mais responsável passa pelo uso de tecnologia, recuperação de pastagens e manejo integrado. O potencial para reduzir até 85% das emissões associadas à carne aponta para uma nova era na pecuária brasileira.

Na quarta-feira (8), o Jornal Nacional continuará a série especial sobre a produção de alimentos e mudanças climáticas, abordando o impacto nas plantações de café no Brasil.

Palavras-chave: produção de carne, impacto ambiental, pecuária sustentável, metano, emissões de gases, Embrapa, manejo de pastagens, sistema silvipastoril, redução de carbono, certificação carne baixo carbono, agricultura sustentável, mudanças climáticas.

Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

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