As exportações de carne bovina in natura do Brasil bateram recorde em setembro, totalizando 314,7 mil toneladas, mesmo após a imposição de tarifas pelos Estados Unidos, informou a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) nesta segunda-feira (6). O aumento ocorreu em função da diversificação dos destinos e da ampliação das vendas para a China.
O volume exportado em setembro representou alta de 25,1% em relação ao mesmo mês de 2023. O país mantém a posição de maior exportador global de carne bovina. Antes da aplicação das tarifas americanas em agosto, o recorde anterior havia sido registrado em julho, com 276,9 mil toneladas.
Os Estados Unidos aplicaram uma tarifa total de 76,4% sobre a carne bovina brasileira, combinando uma alíquota adicional de 50% sobre os 26,4% já existentes. Essa medida impactou diretamente os embarques para o país norte-americano.
De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), os embarques para os Estados Unidos caíram para cerca de 7 mil toneladas após a adoção das tarifas elevadas. O setor atribui a continuidade das exportações ao envio de cortes de maior valor agregado e ao cumprimento de contratos firmados anteriormente.
O crescimento do volume exportado em setembro foi sustentado pela busca de novos mercados, destacando-se o México, além do aumento das vendas para a China, principal comprador da carne bovina brasileira. Essa estratégia permitiu compensar a redução dos embarques para os Estados Unidos.
Em agosto, mês em que as tarifas foram implementadas, o Brasil exportou 268,6 mil toneladas de carne bovina, número inferior ao recorde de julho, mas ainda expressivo diante da barreira comercial.
O presidente da Abiec, Roberto Perosa, destacou que a tarifa elevada dificulta o acesso ao mercado americano, mas que a competitividade do produto brasileiro ainda permite algum fluxo comercial com os Estados Unidos.
O resultado do mês de setembro mostra que o setor brasileiro tem conseguido adaptar sua estratégia de exportação diante das mudanças nas políticas comerciais e manter o crescimento das vendas internacionais.
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Fonte: g1.globo.com
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