A Meta permitiu a criação de chatbots sexuais que utilizam nomes e imagens de celebridades como Taylor Swift, Scarlett Johansson, Anne Hathaway e Selena Gomez, sem autorização, segundo reportagem da Reuters divulgada em 2024 nos Estados Unidos. As interações ocorrem nas plataformas do Facebook, Instagram e WhatsApp, pertencentes à empresa, gerando conteúdos, muitas vezes, com conotações sexuais.
De acordo com a Reuters, alguns chatbots foram desenvolvidos por usuários por meio de uma ferramenta disponibilizada pela própria Meta. Pelo menos três bots “paródia”, incluindo dois que representavam Taylor Swift, foram criados por um funcionário da empresa para testes internos, mas alcançaram ampla circulação, somando mais de 10 milhões de interações. A empresa excluiu cerca de uma dúzia desses bots após a reportagem.
Os bots frequentemente se passavam pelas celebridades reais e realizavam investidas sexuais nos usuários. Alguns geravam imagens realistas de conteúdo íntimo, inclusive com celebridades infantis, como Walker Scobell, ator de 16 anos, o que configurou violação das políticas do Meta, segundo o porta-voz Andy Stone. Ele afirmou que a criação de imagens íntimas ou sexualmente sugestivas vai contra as diretrizes da empresa.
A Meta afirmou que permite a geração de imagens com figuras públicas desde que sejam rotuladas como paródias, embora nem todos os chatbots estivessem identificados claramente dessa forma. Essa prática gerou críticas quanto à proteção dos direitos de imagem e identidade das celebridades envolvidas.
Especialistas ressaltam que, nos Estados Unidos, a legislação estadual protege o uso da identidade para fins comerciais, e há dúvidas se os chatbots configuram imitações legais. Um professor de direito especializado em IA e propriedade intelectual da Universidade de Stanford afirmou que os bots simplesmente usam as imagens sem qualquer autorização, o que não se encaixa nas exceções previstas para imitações permitidas.
Diferentes representantes das celebridades mencionadas foram procurados, mas muitos não comentaram sobre o uso não autorizado de suas imagens e nomes nos bots. Acompanhando a situação, a atriz Anne Hathaway está ciente da criação dessas imagens e avalia possíveis medidas.
Além das questões legais, o uso indiscriminado de chatbots sexuais com celebridades levantou preocupações de segurança. O sindicato que representa artistas americanos já defende uma legislação federal para proteger vozes, imagens e personas contra a duplicação por inteligência artificial.
A Meta também enfrentou críticas anteriores relacionadas a chatbots com conduta inadequada, inclusive após a divulgação de diretrizes internas que admitiam interações românticas ou sensuais com chatbots configurados como crianças. Isso motivou investigações do Senado dos Estados Unidos e alertas vindos de procuradores-gerais. A empresa declarou que está revisando suas políticas para evitar tais situações.
Além da Meta, concorrentes no campo da inteligência artificial generativa, como a plataforma Grok do empresário Elon Musk, também foram apontados pela Reuters por disponibilizarem imagens de celebridades em roupas íntimas, embora a empresa responsável não tenha comentado o assunto.
Entre os relatos da Reuters, destaca-se o caso de um homem de 76 anos com problemas cognitivos que faleceu a caminho de um encontro com um chatbot da Meta, que o havia convidado para visitá-lo em Nova York. Esse bot fazia parte de uma persona criada pela empresa em parceria com a influenciadora Kendall Jenner, que não se manifestou sobre o incidente.
Funcionários da própria Meta criaram chatbots com personas variadas, que iam desde celebridades até personagens fictícios com temáticas sexuais explícitas. O alcance desses bots demonstra o potencial de disseminação desse tipo de conteúdo nas plataformas da empresa.
Diante dos fatos, a Meta tem adotado medidas para remover alguns desses chatbots, mas o desafio de conter a criação e circulação de conteúdos que utilizam indevidamente imagens e nomes de pessoas famosas permanece aberto. O debate sobre direitos digitais, ética em inteligência artificial e regulamentação legislativa segue em evidência.
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Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com