A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou nesta quarta-feira (27) que é “prematuro” assinar o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, por falta de garantias adequadas para o setor agrícola. A declaração foi feita em discurso no Parlamento italiano, um dia antes da cúpula da UE em que a assinatura do acordo estava prevista.
Meloni destacou a necessidade de condições de reciprocidade mais claras e eficazes para proteger os interesses agrícolas europeus no acordo. Segundo ela, essas condições são essenciais para avançar com a ratificação do tratado comercial entre os blocos.
A primeira-ministra expressou confiança de que as exigências poderão ser cumpridas no início de 2024, o que viabilizaria a assinatura do acordo em um momento posterior. O posicionamento sinaliza uma pausa no processo, que vinha sendo tratado como iminente pela Comissão Europeia.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, estava programada para viajar ao Brasil ainda nesta semana para formalizar o acordo, que foi fechado há um ano, após cerca de 25 anos de negociações. O Mercosul é composto por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
A assinatura envolve a eliminação progressiva de tarifas comerciais entre os dois blocos e a ampliação do comércio de bens e serviços. No entanto, o setor agrícola é um ponto de tensão, principalmente para países europeus que temem impactos negativos em suas produções locais.
Meloni reforçou a importância de garantir proteção às indústrias agrícolas europeias antes da conclusão do acordo. Além disso, indicou que o debate interno nos países da UE deve continuar para assegurar consenso sobre o tratado.
A União Europeia havia dado aval ao acordo no ano passado, mas a ratificação depende do aval dos Parlamentos dos países membros. O posicionamento da Itália, membro importante da UE, pode influenciar este processo.
Devido às ressalvas da Itália e de outros países, a assinatura do acordo pode ser adiada até que sejam apresentadas soluções que atendam às preocupações. Especialistas indicam que ajustes são necessários para equilibrar os interesses comerciais entre a UE e o Mercosul.
O acordo comercial é visto como uma oportunidade para ampliar as relações econômicas entre Europa e América Latina, mas envolve desafios regulatórios, ambientais e sociais. A posição italiana destaca as dificuldades atuais para avançar nesses termos.
A próxima cúpula da União Europeia, marcada para os próximos dias, será um momento crucial para definir os próximos passos em relação ao acordo com o Mercosul. Autoridades europeias e latino-americanas acompanham o desenrolar das negociações com atenção.
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Fonte: g1.globo.com
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