O acordo de livre comércio entre o Mercosul

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O acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia pode ser assinado neste sábado (20), em Foz do Iguaçu, após o Parlamento Europeu aprovar medidas para proteger os agricultores europeus. Essas salvaguardas atendem a demandas da França, principal produtora de carnes e grãos da União Europeia, que resiste ao tratado e busca apoio de outros países para impedir sua aprovação final.

Marcos Troyjo, que liderou as negociações do acordo entre 2019 e 2020, afirma que a oposição na França não é unânime. Segundo ele, setores da indústria, energia, consultorias e bancos franceses apoiam o tratado, enquanto apenas parte dos agricultores, do legislativo e dos grupos ambientalistas são contrários. Troyjo acredita que o acordo será assinado.

O acordo permite à União Europeia aumentar exportações de carros, máquinas e produtos químicos ao Mercosul, além de itens agrícolas como queijos e vinhos. Apesar de o presidente francês Emmanuel Macron e a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni terem concordado em adiar a votação do acordo, a posição da Itália ainda é incerta, o que pode influenciar o resultado. Outros países como Polônia, Hungria, Áustria e Irlanda também demonstram resistência, enquanto Alemanha e Espanha apoiam o tratado.

As salvaguardas europeias aprovadas criaram preocupações no setor agropecuário brasileiro. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) esclareceu que essas medidas não fazem parte do texto do acordo propriamente dito, mas sim de um regulamento interno da União Europeia. Mesmo assim, a entidade avalia que as regras podem dificultar as exportações sul-americanas.

Para Troyjo, as salvaguardas europeias funcionam mais como instrumento de pressão para obtenção de subsídios adicionais do que como um obstáculo real para o avanço do tratado. Ele acredita que o Mercosul não rejeitará o acordo devido a essas exigências. Segundo ele, a abertura comercial tem resultado em melhor desempenho econômico para diversas economias e é fundamental para diversificar o comércio do bloco, que historicamente tem sido mais fechado.

O ministro da Agricultura brasileiro, Carlos Fávaro, afirmou que não existe acordo perfeito e que é possível negociar as salvaguardas, implementando-as de forma gradual e com diálogo. O comércio exterior representa 32% do PIB do Brasil, e a União Europeia é o segundo maior cliente do país, atrás da China.

Apesar da possível assinatura no sábado, o acordo ainda precisará passar por aprovações no Parlamento Europeu e no Congresso brasileiro para entrar em vigor. A aprovação exige maioria simples em ambas as casas legislativas. O tratado, cujas negociações começaram em 1999, seguirá em análise mesmo após sua assinatura.

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Fonte: g1.globo.com

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Fonte: g1.globo.com

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