O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou os governos da França e da Itália pela assinatura do acordo entre Mercosul e União Europeia, que pode ser firmado neste sábado (20) durante a Cúpula do Mercosul em Foz do Iguaçu. A cobrança ocorre em meio à resistência de países europeus, principalmente França, devido a preocupações com a competitividade do setor agropecuário local.
Lula afirmou esperar que o presidente francês, Emmanuel Macron, e a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, assumam a responsabilidade pela assinatura do acordo. Segundo ele, a União Europeia estaria disposta a fechar o pacto, mas alguns líderes europeus temem perder competitividade no setor agrícola, o que tem atrasado o avanço do acordo.
Na terça-feira (16), o Parlamento Europeu aprovou os mecanismos de salvaguarda para importações agrícolas relacionados ao acordo. Esses mecanismos permitem a suspensão temporária de benefícios tarifários caso algum setor agrícola da União Europeia seja prejudicado pelas importações do Mercosul. O texto aprovado é mais rígido que a proposta original da Comissão Europeia.
A aprovação no Parlamento é um passo importante para a assinatura do acordo que está em negociação há 26 anos. Com a aprovação dos mecanismos, o texto ainda será negociado com o Conselho Europeu, que representa os governos dos 27 Estados-membros. A votação no Conselho, prevista para a semana, depende da obtenção de maioria qualificada, ou seja, pelo menos 15 países que representem 65% da população do bloco.
A França é o principal país contrário à assinatura, acumulando resistências especialmente do setor agrícola. Agricultores franceses temem ser prejudicados pela entrada de produtos do Mercosul no mercado europeu. Além da França, Itália, Polônia e Hungria também manifestam dúvidas ou resistências. Austria e Irlanda podem se opor, e a Bélgica deve se abster da votação.
Em encontro recente, Macron e Meloni concordaram em adiar a votação no Conselho Europeu para esta semana, com a expectativa de favorecer um acordo que permita o avanço do tratado. Caso seja aprovado pelo Conselho, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deve comparecer à Cúpula do Mercosul para assinar o acordo oficialmente.
Lula destacou que explicou ao presidente Macron que os produtos agrícolas do Brasil e da França não competem diretamente, devido às diferenças de qualidade e tipo de produção. Ele afirmou ainda que o Brasil está abrindo mão de mais concessões que a União Europeia no acordo.
O acordo comercial entre Mercosul e União Europeia é visto como estratégico para o setor agropecuário brasileiro, que busca ampliar o acesso ao mercado europeu. O pacto deve eliminar tarifas sobre produtos agrícolas e industriais, aumentando as exportações dos países do Mercosul. No entanto, o silêncio ou o atraso dos países europeus pode inviabilizar o acordo, prejudicando as expectativas dos setores produtivos no Brasil.
A assinatura deste acordo é aguardada desde 1999, e a reunião em Foz do Iguaçu pode marcar um avanço decisivo para a integração comercial entre os dois blocos. A negociação ainda enfrenta resistências políticas e econômicas internas nos países europeus, que têm impacto direto sobre o futuro do pacto.
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Palavras-chave relacionadas: Mercosul, União Europeia, acordo comercial, Lula, Macron, Giorgia Meloni, Foz do Iguaçu, agricultura, comércio internacional, salvaguardas, Conselho Europeu, Parlamento Europeu, setor agropecuário.
Fonte: g1.globo.com
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