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O rapper Emicida lançou em 2025 o álbum “Emicida Racional

O rapper Emicida lançou em 2025 o álbum “Emicida Racional
  • Publisheddezembro 11, 2025

O rapper Emicida lançou em 2025 o álbum “Emicida Racional VL.2: Mesmas Cores e Mesmos Valores”, que revisita a trajetória dos Racionais MC’s e reflete sobre temas pessoais, como a morte de sua mãe, Dona Jacira. O trabalho marca um retorno às origens do artista e aborda as raízes do rap, trazendo um diálogo entre passado e presente.

Com mais de 20 anos de carreira, Emicida decidiu retomar o estilo mais combativo das suas primeiras mixtapes, após explorar temas como negritude e história em trabalhos anteriores. O disco aprofunda a relação com o rap clássico e oferece uma leitura das complexidades do gênero.

O projeto faz parte de uma trilogia iniciada com o EP “VL.3: As Aventuras de LRX e DJ Relíquia”, que misturava samples dos Racionais MC’s e versos antigos do próprio cantor. Segundo Emicida, “quando os caminhos se confundem, é necessário voltar ao começo”, e esse começo tem o nome dos Racionais.

No campo pessoal, o álbum é um processo de reencontro após momentos difíceis, como o fim da parceria com o irmão Evandro Fióti na gravadora Laboratório Fantasma e a perda da mãe. Emicida tratou esses acontecimentos como parte do percurso para criar uma obra que une memória e reflexão.

Musicalmente, o disco revisita elementos dos Racionais MC’s, desde samples até as rimas e narrativas, com uma abordagem que busca despertar no público uma escuta mais atenta e aprofundada. O rapper afirmou que o trabalho é uma homenagem feita por um fã dedicado, que liga passado e presente.

A abertura do álbum traz uma colagem de áudios caseiros com falas de Dona Jacira, mostrando dúvidas e pensamentos cotidianos. A faixa termina com dois minutos de choro do próprio Emicida, um registro aberto de seu luto.

O álbum inclui faixas instrumentais que conectam músicas dos Racionais MC’s, Sandra de Sá, Tim Maia e da própria discografia de Emicida, criando uma linha que interpola a história da música preta no Brasil. Canções como “A mesma praça”, com Rashid e Projota, relembram conflitos que marcaram a cena do rap na Virada Cultural de 2007.

Outra faixa, “Preto Zica”, traz uma roupagem de samba e a participação das filhas do rapper, evidenciando o aspecto pessoal do projeto. A capa do disco, fotografada por Walter Firmo, mostra um estúdio diante de uma mata, com uma poltrona que remete à terapia, simbolizando o processo de reflexão do artista.

O disco se destaca pela estrutura irregular, com faixas que variam entre 1 minuto e mais de 10 minutos, ausência quase total de refrões e uma densidade de referências culturais. Essa complexidade é proposital e convida o ouvinte a uma experiência investigativa, especialmente em faixas como “Finado Neguinho Memo”.

No contexto político atual, o álbum atua também como protesto, denunciando a violência estatal e reafirmando a importância cultural do hip-hop, em contraposição a associações negativas feitas por parte da sociedade.

“Emicida Racional VL.2: Mesmas Cores e Mesmos Valores” não busca atrair o público acostumado com trabalhos mais populares do rapper, como “AmarElo” (2020). O disco é destinado a fãs do rap que apreciam a profundidade da linguagem e a riqueza simbólica do gênero, reforçando o papel de Emicida como artista e pesquisador da cultura negra urbana.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Vitor Souza

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