O número de focos de gripe aviária nos Estados Unidos

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O número de focos de gripe aviária nos Estados Unidos em novembro de 2024 é quase quatro vezes maior do que no mesmo período do ano passado, segundo dados oficiais divulgados até o dia 18. O surto precoce e mais intenso afeta aves silvestres e de granja, causando abates em larga escala e impactos no setor avícola.

Nos EUA, 107 focos foram confirmados em novembro, com registro de casos desde setembro, incluindo a detecção de aves infectadas dois meses antes do usual em Minnesota, principal produtor de perus do país. O governo americano informou que aproximadamente 8 milhões de aves foram abatidas neste período, número ligeiramente superior ao registrado em 2023.

A expansão precoce da doença acompanha a evolução do surto na Europa, onde a situação também se agravou. Entre setembro e novembro, foram detectados 1.443 casos em aves selvagens em 26 países europeus, um aumento de quatro vezes em relação a 2014 e o maior desde 2016, conforme relatório da Agência Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA).

Na França, o setor avícola entrou em alerta máximo já em outubro, antecipando a reação em relação aos anos anteriores. O vice-diretor-geral da Agência Francesa de Segurança Sanitária (ANSES), Gilles Salvat, relacionou o avanço do surto à migração precoce de aves como os grous-comuns, que teriam favorecido a disseminação inicial da doença antes da contaminação em aves de criação.

No Canadá, país vizinho dos EUA, o avanço da gripe aviária também preocupa. Cerca de 8 milhões de aves já foram abatidas, apesar do plantel ser menor do que o americano. Em declarações à imprensa, o ministro da Agricultura canadense, Heath MacDonald, classificou o cenário como “muito preocupante”, mencionando que aves selvagens estariam carregando maiores quantidades do vírus.

O surto de gripe aviária levou ao abate de centenas de milhões de aves nas Américas e na Europa nos últimos anos, afetando principalmente as cadeias de produção de aves de criação, com reflexos na oferta de alimentos e nos preços. As infecções em humanos continuam raras e as autoridades afirmam não haver risco imediato para a saúde pública.

A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) considera os surtos preocupantes, mas alerta que a preocupação maior deve estar no comportamento do vírus e na sua capacidade de mutação. Gregorio Torres, chefe do departamento científico da OIE, reforçou que o aumento nos números de focos pode ter várias causas e que monitorar o vírus permanece essencial.

Na Ásia, a situação ainda é considerada mais controlada, exceto pelo Camboja, onde surtos graves foram identificados. O Japão confirmou seu primeiro caso em 22 de outubro, cinco dias mais tarde que em 2023, e abateu cerca de 1,65 milhão de aves até o momento.

Especialistas apontam que o avanço precoce da gripe aviária está ligado à movimentação migratória de aves silvestres, que levam o vírus para regiões onde há concentrações de aves de criação. Assim, o surto tem se estendido de forma mais rápida e com maior intensidade do que nas temporadas anteriores.

O controle da doença envolve monitoramento rigoroso, abate sanitário e medidas de biossegurança nas granjas. Autoridades dos países afetados seguem acompanhando os desdobramentos para evitar maior impacto no setor e riscos à saúde pública.

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Fonte: g1.globo.com

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Fonte: g1.globo.com

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