Os investimentos estrangeiros diretos no Brasil somaram US$

Os investimentos estrangeiros diretos no Brasil somaram US$ 74,3 bilhões até outubro de 2025, ultrapassando o total registrado em todo o ano de 2024, informou o Banco Central. O aumento ocorre em um contexto de recordes sucessivos na Bolsa de Valores de São Paulo e mudanças na política monetária dos Estados Unidos.

Somente em outubro, o investimento direto chegou a R$ 10,9 bilhões, uma alta de 64% na comparação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado dos últimos 12 meses, o volume atingiu US$ 80,1 bilhões, 9,8% acima do registrado em setembro. Desde 1995, apenas quatro anos superaram a marca anual de US$ 80 bilhões: 2010, 2011, 2012 e 2014.

O crescimento dos investimentos estrangeiros está alinhado a uma sequência de 25 recordes de fechamento do Ibovespa em 2025. A alta da bolsa ocorre em meio ao cenário de cortes nos juros americanos e a expectativa de redução da taxa básica de juros no Brasil, a Selic. Setores como o bancário têm se destacado nesse movimento.

A mudança de postura do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, foi um fator decisivo para a valorização da bolsa brasileira. Em 29 de outubro, o Fed reduziu os juros para a faixa entre 3,75% e 4% ao ano, o menor nível desde novembro de 2022. Essa foi a segunda redução em 2025, após nove meses sem ajustes desde setembro.

A economista-chefe do PicPay, Ariane Benedito, analisa que a queda nos juros americanos atrai investidores para mercados emergentes, como o Brasil, devido aos juros reais ainda elevados no país. Juros menores nos EUA diminuem o rendimento dos títulos do governo americano, considerados os investimentos mais seguros do mundo, e incentivam a busca por aplicações mais rentáveis.

Esse movimento beneficia tanto a renda fixa quanto a renda variável brasileiras. A redução dos juros nos EUA estimula o fluxo de capital para mercados emergentes, aumentando o apetite por ativos de maior risco, como ações negociadas na B3. Ao mesmo tempo, a Selic permanece elevada, em 15%, maior patamar em quase 20 anos.

Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada em 5 de novembro, o Banco Central decidiu manter os juros estáveis. Segundo Gustavo Jesus, sócio da Victrix Capital, a expectativa de cortes na Selic em 2026 favorece a migração dos investidores da renda fixa para a renda variável. Ele destaca que os mercados já antecipam esse movimento.

O cenário atual reforça a posição do Brasil como destino de investimentos estrangeiros, sobretudo em meio à instabilidade das economias globais. A combinação de juros ainda altos e o cenário externo mais favorável tem impulsionado o interesse de investidores internacionais.

Com isso, o fluxo de investimentos estrangeiros deve continuar crescente, acompanhando a percepção de maior rentabilidade e estabilidade no mercado brasileiro. A dinâmica também contribui para a valorização do real frente ao dólar, consolidando o Brasil no radar global de investimento.

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Fonte: g1.globo.com


Fonte: g1.globo.com

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