Com a nova lista de isenções das tarifas americanas anunciad

Com a nova lista de isenções das tarifas americanas anunciada em julho, cerca de 37% das exportações brasileiras para os Estados Unidos passam a entrar com custo menor, mas 63% dos embarques, principalmente do setor industrial, continuam sob a tarifa adicional de 40%, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O comércio bilateral, que responde por aproximadamente US$ 15,7 bilhões, enfrenta desafios em meio às negociações entre Brasília e Washington, avaliou Frederico Lamego, superintendente de Relações Internacionais da CNI.
A atualização da lista de isenções ampliou para 238 o número de produtos brasileiros livres da tarifa extra. Entre eles estão itens do agronegócio, como café, carne, frutas, castanha-do-pará, fertilizantes e insumos agrícolas. Essa medida foi publicada após uma ação anterior divulgada em novembro de 2023.
Apesar do avanço para parte do setor agrícola, a maior parte dos bens manufaturados brasileiros segue afetada pelo “tarifaço”, aponta Lamego. Produtos como máquinas e equipamentos, móveis, couro, calçados, aviação, alguns óleos, cera de carnaúba e minerais, como a vermiculita, ainda enfrentam custos adicionais para entrar no mercado dos EUA.
Lamego destaca que a tarifa de 10% para o setor de aviação é uma desvantagem frente ao acordo entre Estados Unidos e União Europeia, que elimina tarifas nesse segmento. O executivo da CNI considera que as negociações comerciais entre os dois países entraram agora em uma fase decisiva para o futuro das exportações brasileiras ao mercado americano.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira e Mobiliário (Abimci) ressaltou a dependência total do mercado norte-americano para a exportação de molduras de madeira, setor que sofre diretamente com as tarifas aplicadas.
A nova lista de isenções busca aliviar o impacto das tarifas para setores específicos, mas não elimina as restrições que ainda afetam grande parte dos produtos brasileiros exportados para os EUA. O desenrolar das negociações poderá definir se haverá uma ampliação das isenções ou ajustes nas tarifas vigentes.
Até o momento, não houve posicionamento oficial do governo brasileiro sobre os próximos passos nas conversas comerciais, que são acompanhadas de perto pelos setores industriais e do agronegócio.
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Palavras-chave: tarifas Estados Unidos, exportações brasileiras, CNI, agronegócio, indústria brasileira, comércio exterior, relações comerciais Brasil-EUA, isenção tarifária, setor industrial, mercado americano.
Fonte: g1.globo.com
Imagem: s2-g1.glbimg.com
Fonte: g1.globo.com