Nesta quinta-feira (21), o governo dos Estados Unidos

Nesta quinta-feira (21), o governo dos Estados Unidos anunciou a retirada da tarifa adicional de 40% aplicada a diversos produtos brasileiros, como carne bovina, café, açaí e cacau, válida a partir de 13 de novembro. A decisão foi apresentada pelo então presidente americano Donald Trump como resultado das negociações entre os governos dos dois países, incluindo uma conversa telefônica com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em outubro.

Desde o início da taxação americana, o Brasil buscou meios diplomáticos para reverter ou minimizar o impacto do chamado “tarifaço”. Em 3 de abril, um dia após a introdução inicial das tarifas, o governo brasileiro enfatizou a importância do diálogo e reafirmou seu compromisso com o multilateralismo e o livre comércio. O presidente Lula declarou que o Brasil tomaria todas as medidas cabíveis para proteger seus produtores e trabalhadores, com base na lei da reciprocidade econômica e nas diretrizes da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Na mesma linha, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, criticou a decisão americana, destacando que a imposição unilateral de tarifas enfraquece a OMC, gera insegurança para investimentos e prejudica o comércio internacional. Alckmin defendeu o diálogo como caminho para resolver divergências comerciais.

Em julho, Trump elevou a tarifa para 50%, intensificando o conflito. O governo brasileiro iniciou negociações em Brasília e Washington, envolvendo interlocutores governamentais e empresários, na tentativa de reverter ou reduzir as taxas. Durante esse período, o Brasil enviou duas cartas oficiais ao governo americano, mas não obteve resposta formal.

No final de julho, Lula pediu uma postura de diálogo por parte dos Estados Unidos, ressaltando a importância do Brasil no cenário global. Ele sugeriu que divergências comerciais deveriam ser resolvidas em mesas de negociação, rejeitando medidas abruptas e unilaterais.

Com o avanço das negociações, houve algumas concessões. Em 11 de setembro, o governo dos EUA retirou a alíquota adicional de 10% sobre as exportações brasileiras de celulose e ferro-níquel. A medida foi considerada um avanço parcial, porém, as autoridades brasileiras ressaltaram a necessidade de continuar o trabalho para reduzir as tarifas.

Ainda em setembro, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, Trump comentou sobre seu breve encontro com Lula, destacando que tiveram uma “química excelente” e que pretendiam manter o diálogo. Essa declaração foi vista como um sinal político positivo para o desenrolar das negociações.

A comunicação entre os presidentes continuou em outubro, quando ambos participaram de uma ligação telefônica. Trump informou que concordaram em iniciar negociações para tratar das preocupações relativas às tarifas impostas pela Ordem Executiva 14323. Além disso, afirmou que certos produtos agrícolas brasileiros poderiam ser excluídos das tarifas, em razão do progresso nas tratativas bilaterais.

A retirada das tarifas anunciada nesta quinta-feira é o resultado da série de esforços diplomáticos e negociações conduzidos pelo governo brasileiro desde o início da imposição das taxas. A medida visa beneficiar setores importantes da economia brasileira, como a pecuária, a agricultura e a indústria alimentícia, que foram afetados pelas restrições comerciais dos Estados Unidos.

O desfecho dessa disputa comercial representa uma reaproximação entre os dois países e reforça o papel do diálogo e das negociações em resolver conflitos tarifários na arena internacional.

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Fonte: g1.globo.com