O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu nesta quarta-feira (5) manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano, o maior nível em quase 20 anos, em decisão unânime tomada em Brasília. A estabilidade da taxa visa preservar a cautela diante da incerteza externa e interna, conforme destacou a instituição em nota oficial.
Segundo o Banco Central, a conjuntura internacional, especialmente os desdobramentos econômicos e políticos nos Estados Unidos, afeta as condições financeiras globais e exige prudência das economias emergentes em meio a tensões geopolíticas. O Copom também monitorou as medidas tarifárias impostas pelos EUA ao Brasil e os efeitos da política fiscal doméstica sobre a política monetária e os mercados financeiros.
A taxa Selic, principal ferramenta para controle da inflação, permanece em 15% desde o fim de junho, totalizando três reuniões consecutivas sem mudanças. Esse patamar não era registrado desde julho de 2006, quando a taxa esteve em 15,25% ao ano.
Nos últimos comunicados, o Copom indicou que a taxa seria mantida em um nível elevado por um período prolongado, postura alinhada ao atual cenário econômico do país. Enquanto isso, membros do governo, como o ministro da Fazenda Fernando Haddad, defendem uma redução dos juros, argumentando que a taxa atual freia a atividade econômica.
Economistas de mercado, por sua vez, esperam que o ciclo de corte na Selic só tenha início em janeiro de 2026. Essa previsão reforça a avaliação do Banco Central de que a inflação ainda exige um ritmo de juros elevado para ser controlada.
O Banco Central define a taxa de juros com base no sistema de metas para inflação. Desde o início de 2025, o sistema passou a considerar a meta de 3%, com margem entre 1,5% e 4,5%. Com a inflação permanecendo acima desse intervalo por seis meses consecutivos até junho, o BC divulgou uma carta pública justificando a situação. O presidente da instituição, Gabriel Galípolo, citou como causas a atividade econômica aquecida, variações cambiais, custo da energia elétrica e fatores climáticos atípicos.
Ao determinar a Selic, o Banco Central considera projeções futuras de inflação, pois a alteração da taxa leva de seis a 18 meses para refletir plenamente na economia. Essa visão prospectiva orienta a decisão do Copom de manter a taxa no atual patamar, buscando equilíbrio entre o controle da inflação e o estímulo à economia.
O Copom é formado pelo presidente do Banco Central e oito diretores, cuja composição sofreu mudanças com indicações feitas pelo presidente Lula em 2025, formando maioria no colegiado. A próxima reunião do comitê está marcada para os dias 9 e 10 de dezembro.
Palavras-chave relacionadas: Banco Central do Brasil, Copom, taxa Selic, juros, inflação, política monetária, economia brasileira, política fiscal, juros altos, mercado financeiro, Selic 2025, economia emergente, política econômica dos Estados Unidos, política monetária Brasil.
Fonte: g1.globo.com
Imagem: s2-g1.glbimg.com
Fonte: g1.globo.com

