O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, explicou nesta segunda-feira (29) por que o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic em 15%, citando a necessidade de cautela diante das incertezas econômicas atuais e a importância de agir com base em evidências, e não com emoção.
Galípolo participou de um evento do Itaú em São Paulo, onde detalhou que o Copom entrou em uma etapa da política monetária focada em observar a convergência da inflação para a meta de 3% antes de tomar novas decisões. Ele ressaltou que não há um único indicador determinante para a trajetória da política monetária e destacou a preocupação com a desancoragem das expectativas inflacionárias.
O diretor afirmou que, apesar da taxa Selic de 15% ser elevada, ela é necessária para manter a inflação sob controle em um momento marcado pela resiliência da economia e pelo ritmo lento da convergência dos preços para a meta estipulada. Galípolo mencionou que o BC tem o compromisso de agir com vigilância, serenidade e persistência para garantir que a política monetária restritiva se mantenha pelo tempo necessário.
Segundo ele, o desafio maior não é elevar a taxa de juros, mas mantê-la em um patamar alto o suficiente para assegurar a estabilidade dos preços. “Precisamos conviver com uma dose maior de remédio por um período mais longo”, disse, referindo-se à necessidade de manter a Selic elevada.
O diretor também destacou a importância de aguardar dados mais consistentes sobre a atividade econômica, ressaltando que a postura cautelosa do BC tem se mostrado correta diante dos efeitos menores do que o esperado de alguns fatores inicialmente vistos como impulsionadores. Ele observou sinais de desaceleração econômica a partir de junho, o que reforça a perspectiva de um processo gradual de suavização.
Galípolo comentou que o mercado de trabalho permanece robusto, atingindo níveis considerados entre os melhores das últimas três décadas, o que contribui para a pressão sobre a inflação de serviços. Ele apontou que esse cenário gera um desafio para o Brasil, que precisa aprender a conviver com juros elevados e uma economia ainda resistente ao mesmo tempo.
O diretor finalizou enfatizando que a credibilidade do Banco Central depende da consistência da política monetária. Ele afirmou que o BC deve ancorar as expectativas, mantendo a Selic em um nível restritivo para garantir a convergência da inflação à meta. Para isso, é fundamental que a autoridade monetária atue com paciência e vigilância, evitando agir com base em emoções ou antecipações infundadas.
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Fonte: g1.globo.com
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