O Brasil manteve a segunda maior taxa de juros reais

O Brasil manteve a segunda maior taxa de juros reais do mundo após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciar a manutenção da Selic em 15% ao ano nesta quarta-feira (5). A decisão reforça o atual cenário econômico marcado por incertezas inflacionárias e pressões externas.

Segundo levantamento da MoneYou, os juros reais brasileiros estão em 9,74%, resultado da taxa nominal subtraída da inflação prevista para os próximos 12 meses. A Turquia permanece na liderança do ranking, com juros reais de 17,80%, enquanto a Rússia está em terceiro lugar, com 9,10%. A Argentina subiu do sexto para o quarto lugar, apresentando juros reais de 5,16%.

O relatório da MoneYou destaca que o Brasil enfrenta desafios inflacionários, influenciados pelas despesas do governo e pelas tensões comerciais internacionais, fatores que orientam as decisões do Copom. A manutenção da taxa básica de juros ocorre em um contexto de instabilidade econômica, com impactos sobre o custo do crédito e o consumo.

O Copom decidiu manter a Selic em 15% ao ano, patamar próximo ao registrado em julho de 2006, quando a taxa esteve em 15,25%. Esta foi a terceira decisão consecutiva com a taxa estável, refletindo a estratégia adotada pelo Banco Central para controlar a inflação sem desacelerar excessivamente a economia.

No ranking de juros nominais, que não desconta a inflação, o Brasil ocupa a quarta posição, atrás da Turquia (39,50%), Argentina (29,00%) e Rússia (16,50%). Outras economias apresentaram taxas menores, como a Colômbia (9,25%), México (7,50%) e África do Sul (7,00%).

A manutenção da Selic em níveis elevados indica uma política de combate à inflação, mas também afeta a dinâmica econômica interna. Juros altos aumentam o custo do crédito para consumidores e empresas, influenciando decisões de investimento e consumo.

Após a decisão do Copom, o mercado financeiro e agentes econômicos seguem atentos às próximas movimentações do Banco Central, que dependerão da evolução da inflação e da situação econômica global.

Em resumo, o Brasil continua entre os países com os juros reais mais altos do mundo, medida que busca conter a inflação diante de um cenário econômico complexo e desafiador.

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Fonte: g1.globo.com