Lula e trump confirmam encontro na malásia para debater tari

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, devem se reunir neste domingo (26), às 4h30 no horário de Brasília, em Kuala Lumpur, na Malásia. O encontro ocorrerá durante a participação de ambos os líderes em eventos da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) e visa tratar da tensão provocada pelo aumento das tarifas americanas sobre produtos brasileiros e outras divergências bilaterais.

A Casa Branca confirmou a reunião, que marca o primeiro encontro oficial entre Lula e Trump desde a adoção das sobretaxas de até 50% por parte dos Estados Unidos. A reunião ainda não foi formalmente confirmada pelo governo brasileiro.

Na véspera do encontro, Lula afirmou estar otimista em relação ao diálogo e à possibilidade de solução para os impasses comerciais. “Eu trabalho com otimismo que a gente possa encontrar uma solução”, disse. Trump, por sua vez, indicou em entrevista a repórteres que pode rever as sobretaxas “sob as circunstâncias certas”.

Entre os temas a serem discutidos está o “tarifaço” americano, implementado sob justificativas econômicas e políticas, como um déficit comercial – contestado por dados oficiais – e processos judiciais envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O presidente brasileiro pretende ainda tratar da revogação das sanções impostas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), sancionadas pelos EUA com base na lei Magnitsky.

Além das questões comerciais e jurídicas, o aumento da presença militar americana na Venezuela também deve entrar na pauta. Lula já manifestou oposição a ações intervencionistas na América do Sul e pretende cobrar uma abordagem diplomática para a crise regional, especialmente diante de operações militares norte-americanas que vêm causando mortes na costa venezuelana.

O governo brasileiro considera que o encontro pode ajudar a reorganizar a relação bilateral, que passou por momentos delicados desde o anúncio do aumento das tarifas em agosto. O aproximar dos dois líderes se intensificou desde setembro, quando eles trocaram uma breve conversa durante a Assembleia Geral da ONU e mantiveram diálogo telefônico na primeira semana de outubro.

Lula e Trump não mantêm relações próximas historicamente. Durante a campanha presidencial americana de 2024, Lula chegou a afirmar que via como “mais seguro” o fortalecimento da democracia com Kamala Harris, candidata do Partido Democrata e adversária de Trump. A relação esfriou progressivamente com imposição de tarifas por parte dos Estados Unidos e posicionamentos divergentes em temas geopolíticos.

Em meio ao receio sobre intervenções militares na América Latina, o presidente brasileiro defende que a região permaneça uma zona de paz, com prioridades voltadas à cooperação e ao diálogo. Lula também tem questionado a eficácia das ações americanas contra o tráfico de drogas no Caribe, ressaltando que a maior parte do fentanil consumido nos EUA provém do México, não da Venezuela.

Segundo fonte do Palácio do Planalto, o encontro representa um avanço no diálogo bilateral e pode abrir espaço para negociações mais construtivas. A expectativa é que Lula aborde diretamente com Trump tanto questões comerciais, quanto temas de ordem política e de segurança regional.

Este encontro se dá em contexto de alta expectativa para redefinição das relações entre Brasil e Estados Unidos, afetadas por diferenças recentes que envolveram tarifas, sanções e posicionamentos em relação à Venezuela e países vizinhos. A interlocução entre os dois presidentes poderá sinalizar novos rumos para a cooperação entre as duas nações.

Palavras-chave relacionadas para SEO: Lula, Donald Trump, Brasil, Estados Unidos, tarifas, sanções, encontro presidencial, Malásia, Asean, Supremo Tribunal Federal, Venezuela, América do Sul, relações bilaterais, comércio internacional, crise diplomática.

Fonte: g1.globo.com