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Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Irvine, desc

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Irvine, desc
  • Publishedoutubro 25, 2025

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Irvine, descobriram que mouses computadorizados podem ser usados por hackers para captar e gravar conversas próximas ao equipamento, sem a necessidade de um microfone. A técnica, denominada Mic-E-Mouse, utiliza sensores ópticos do mouse para captar vibrações sonoras da fala e convertê-las em áudio.

O estudo, realizado em laboratório, mostrou que sensores ópticos presentes em mouses avançados podem detectar vibrações sutis geradas pelas ondas sonoras na superfície onde o dispositivo está apoiado. Essas vibrações são então transmitidas aos sensores ópticos, que normalmente rastreiam o movimento do ponteiro na tela do computador.

Segundo os pesquisadores, os sinais coletados podem ser enviados para hackers, que aplicariam processos de filtragem para transformar os dados em ondas sonoras compreensíveis. A precisão do reconhecimento de fala varia entre 42% e 61%, segundo os resultados do experimento.

Para que a técnica funcione, o mouse precisa atender a requisitos específicos, como taxa de atualização de pelo menos 8.000 Hz e sensor com resolução mínima de 20.000 DPI. Além disso, devem estar sobre superfícies que permitam a propagação das vibrações, como mesas de madeira com até 3 cm de espessura, e permanecerem quase parados para captar as vibrações com menor interferência.

Os dispositivos mais suscetíveis a esse tipo de ataque são mouses destinados a jogos, que possuem sensores de alta sensibilidade. No Brasil, esses produtos custam a partir de R$ 200. A coleta eficaz das conversas também depende de níveis de volume entre 60 e 80 decibéis, que correspondem a conversas normais em ambientes residenciais ou de trabalho.

Especialistas alertam que a vibração captada pelo mouse possui baixa qualidade sonora, exigindo o uso de filtros para eliminar ruídos e transformar os picos detectados em fonemas, possibilitando a reconstrução do áudio original. Segundo o professor Guilherme Neves, da faculdade Ibmec, essa conversão é feita por meio de algoritmos que interpretam as frequências filtradas.

Essa descoberta ressalta os riscos associados ao aumento do uso de dispositivos tecnológicos de alta sensibilidade e baixo custo. Conforme explicado pelo professor Cleórbete Santos, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, a proliferação desses aparelhos amplia a superfície vulnerável a ataques, já que vários sensores conectados à internet podem ser manipulados para captar informações confidenciais.

Até o momento, não existem registros de ataques reais utilizando essa técnica, e a pesquisa foi conduzida apenas em ambiente controlado. No entanto, a possibilidade aponta para a necessidade de revisões nos protocolos de segurança envolvendo periféricos de computadores, especialmente aqueles com capacidades técnicas avançadas.

A pesquisa reforça a importância de cautela ao integrar múltiplos dispositivos conectados no cotidiano, considerando as implicações de segurança e privacidade que podem surgir com os avanços tecnológicos.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

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