Economia

Empresas de apostas online devem faturar US$ 4,139

Empresas de apostas online devem faturar US$ 4,139
  • Publishedoutubro 22, 2025

Empresas de apostas online devem faturar US$ 4,139 bilhões no Brasil em 2025, tornando o país o quinto maior mercado mundial do setor, segundo dados da consultoria Regulus Partners obtidos pela BBC News Brasil. O crescimento reflete o avanço do mercado brasileiro desde a legalização das apostas em 2018 até a regulamentação ocorrida em 2024.

O levantamento da Regulus Partners, baseado em relatórios financeiros e dados do setor, coloca os Estados Unidos como líder com receita estimada em US$ 17,312 bilhões, seguido por Reino Unido (US$ 9,901 bilhões), Itália (US$ 4,617 bilhões) e Rússia (US$ 4,515 bilhões). As estatísticas da Secretaria de Prêmios e Apostas também mostram que as 78 empresas autorizadas no Brasil faturaram R$ 17,4 bilhões no primeiro semestre de 2025.

Este é o primeiro ano em que o Brasil figura entre os maiores mercados segundo a consultoria, já que até 2024 as apostas online operavam em um cenário sem regulamentação. Paul Leyland, especialista da Regulus, destaca que o mercado brasileiro cresceu de maneira expressiva, passando de uma estimativa de US$ 300 milhões em 2014 para níveis atuais, impulsionados principalmente pelos lockdowns da pandemia de covid-19.

Além das medidas de isolamento social, outros fatores contribuíram para o salto do setor. A tradicional proibição dos jogos de azar, aliada à abertura ao consumo digital e à adoção de novas tecnologias, criou um ambiente propício para a expansão das apostas. Segundo especialistas, o sucesso do sistema de pagamentos instantâneos Pix, lançado em 2021, também facilitou as transações, tornando o processo mais rápido e seguro.

Antes da regulamentação, as empresas adotaram estratégias para atrair apostadores, transformando o Brasil em um “laboratório da economia comportamental”, segundo o economista Victo Silva. Ele observa que as plataformas digitais tornaram a experiência de apostar mais recreativa e intuitiva, com diversos incentivos e mecanismos que facilitam o acesso via smartphone, eliminando a necessidade de deslocamento até lotéricas.

O uso do Pix intensificou a digitalização das apostas, diferentemente de países como Colômbia e México, onde parte dos depósitos ainda ocorre offline. Antonio Forjaz, diretor da Entain na América Latina, afirma que o alto nível de bancarização e a infraestrutura digital consolidada no Brasil tornam o mercado mais seguro e atrativo para as empresas do setor.

O investimento das empresas de apostas se reflete também no patrocínio esportivo. A presença dessas marcas nos clubes brasileiros é expressiva: 18 dos 20 times da Série A exibem patrocínios de bets. Os cinco maiores contratos somam mais de meio bilhão de reais, com destaque para o Flamengo, apoiado pela Betano em R$ 220 milhões.

Para os especialistas, o vínculo estreito entre apostas e futebol ajuda a popularizar a atividade no país. Entretanto, economistas como Victo Silva alertam para os riscos dessa relação, que pode legitimar o jogo como atividade rotineira e aumentar problemas relacionados ao vício e comprometimento de renda de famílias.

Uma análise técnica do Banco Central apontou que cinco milhões de beneficiários do Bolsa Família realizaram transações via Pix para contas de apostas, levando o Supremo Tribunal Federal a restringir o uso desses recursos para o setor. Silva defende políticas públicas que desincentivem o consumo, ressaltando que a proibição completa pode estimular o mercado ilegal.

No Congresso, um projeto de lei que propõe restrições mais rigorosas, como a proibição de anúncios com figuras públicas, aguarda análise na Câmara dos Deputados desde maio de 2025. Para representantes do setor, como o diretor do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável, André Gelfi, a discussão é considerada prematura e pode abrir espaço para o mercado ilegal, sem controles sobre menores e lavagem de dinheiro.

O diretor da Entain, Antonio Forjaz, destaca que o investimento das empresas no futebol contribui para o desenvolvimento dos clubes. Segundo ele, a retirada dessas marcas poderia reduzir a receita esportiva, impactando negativamente o crescimento das equipes no país.

O crescimento rápido do mercado de apostas no Brasil, consequência de fatores sociais, tecnológicos e econômicos, coloca o país em destaque global, mas também demanda atenção regulatória para equilibrar o desenvolvimento econômico e os impactos sociais.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

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Caio Marcio

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