A cantora Fernanda Abreu celebra 35 anos de

A cantora Fernanda Abreu celebra 35 anos de carreira solo e destaca o encontro com novos fãs LGBTQIA+ que redescobriram sua obra. Em entrevista ao vivo ao podcast e videocast g1 Ouviu nesta quarta-feira (22) em São Paulo, ela falou sobre seu início na solo em 1990, a relação com a comunidade LGBTQIA+ e o lançamento de um documentário sobre seu álbum “Da Lata”.
Fernanda começou a carreira solo após deixar a banda Blitz, em 1990. Ela afirmou que buscava uma estética musical própria, combinando pop, samba e funk no álbum “Da Lata”, que firmou seu som e levou o Brasil às pistas de dança. O disco mesclava samba, hip hop, R&B e música eletrônica.
O documentário que está lançando sobre os 30 anos do álbum reúne 40 horas de imagens inéditas em estúdio, sessões de fotos e bastidores de shows e clipes. A ideia surgiu a partir do acervo encontrado pelo diretor Paulo Severo, amigo da cantora.
Ao falar sobre seu estilo, Fernanda disse que não faz músicas panfletárias ou militantes, mas prefere transmitir sensações urbanas de forma livre para a interpretação do público. Além disso, ressaltou sua formação como bailarina, que contribui para composições dançantes.
Durante os anos 1990 e 2000, a cantora afirmou que havia pouca presença feminina na indústria musical, especialmente nos bastidores e na produção. Para impor sua voz, precisou assumir a liderança e a autoridade, comparando-se a uma maestrina em uma orquestra dominada por homens.
Fernanda destacou que sempre teve uma relação próxima com a comunidade LGBTQIA+, devido a interesses comuns em arte, moda, dança e cultura noturna. Nos últimos anos, identificou que um público jovem do segmento passou a redescobrir seu trabalho, o que a levou a lançar o álbum “30 anos de baile”, com remixes voltados para essa nova audiência.
Ela disse que muitos jovens gays encontram em suas músicas um conforto para expressar sua identidade, com liberdade para se vestir e se comportar conforme desejam. Essa nova ligação se reflete também na sua agenda, que incluiu uma apresentação em um casamento em Avignon, no sul da França, contratado por um casal libanês residente em Londres que conheceu sua obra durante uma festa no Rio de Janeiro.
Antes de iniciar o projeto solo, Fernanda recordou que teve a oportunidade nos anos 1980 de lançar um disco pela gravadora com composições de terceiros, mas preferiu fazer uma pausa de quatro anos para desenvolver um projeto próprio, mesmo sob a pressão da indústria para não voltar.
Sobre o funk, Fernanda afirmou que entrou em contato com a cena a convite do antropólogo Hermano Vianna. Ela se surpreendeu com os bailes funk e a cultura periférica, que até então era pouco reconhecida pela crítica musical. Segundo ela, o preconceito relacionado ao gênero teve raiz racial, e a música ainda era vista como marginalizada.
A cantora descreveu a influência que a cultura das favelas teve em seus primeiros trabalhos e ressaltou a importância dessa herança para sua trajetória musical. Fernanda mantém sua obra alinhada com uma visão artística que mescla diversidade musical e relação com diferentes públicos.
A entrevista com Fernanda Abreu está disponível em vídeo e áudio nas plataformas g1, YouTube, TikTok e serviços de streaming.
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Fonte: g1.globo.com
Imagem: s2-g1.glbimg.com
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