O musical “A Pérola Negra do samba”, em cartaz no

O musical “A Pérola Negra do samba”, em cartaz no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro, até 9 de novembro, retrata a trajetória de Jovelina Pérola Negra, cantora emblemática do pagode carioca. O espetáculo busca destacar a luta da artista contra o racismo e o machismo, além de seu papel na renovação do samba nos anos 1980.
A atriz Afro Flor protagoniza o musical como Jovelina Farias Belfort (1944-1998). A direção é de Luiz Antônio Pilar, com texto de Leonardo Bruno e elenco formado por Thalita Floriano, Fernanda Sabot e Thiago Tomé. A direção musical fica a cargo de Rodrigo Pirikito e Matheus Camará.
O musical apresenta a história de Jovelina, mulher que conquistou espaço em um cenário dominado por preconceitos estruturais. Jovelina se destacou ao lado de outros artistas do pagode, como Zeca Pagodinho e Jorge Aragão, e contribuiu para dar visibilidade ao gênero em âmbito nacional.
Apesar do esforço da equipe, a obra recebeu críticas quanto à dramaturgia e à forma como algumas músicas foram apresentadas. O samba “Sorriso aberto”, de Guaracy Sant’anna, que é parte importante do repertório de Jovelina, foi considerado pouco impactante em sua interpretação dentro do espetáculo.
Outro elemento que despertou opiniões divergentes foi a escolha da personagem Cebola, interpretada por Thalita Floriano, que atua como mestra de cerimônias. Alguns espectadores apontaram que essa figura não colaborou para a fluidez narrativa do musical.
A comparação com a produção anterior, “Leci Brandão – Na palma da mão”, também dirigida por Luiz Antônio Pilar, gerou questionamentos sobre a eficácia do texto e da encenação em “A Pérola Negra do samba”. A crítica ressaltou que, embora o elenco, a direção e a música estejam adequados, a magia do teatro nem sempre se manifesta com a mesma intensidade.
Os produtores e envolvidos no musical ressaltam a importância de resgatar a trajetória de Jovelina, reconhecida por sua voz e sua influência no samba. A peça procura preservar o legado da artista, ampliando a compreensão sobre sua contribuição para a cultura brasileira.
O musical é exibido de quinta a domingo, oferecendo ao público a oportunidade de conhecer tanto a vida quanto a obra de Jovelina Pérola Negra. A iniciativa destaca o papel do teatro como meio de valorizar histórias pouco exploradas da música popular.
Apesar das críticas, há expectativa de que o espetáculo tenha boa receptividade e que promova debate sobre a relevância da figura de Jovelina no cenário musical e social. O Teatro Carlos Gomes segue como palco dessa homenagem até o início de novembro.
Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com