Fungos podem se tornar uma fonte alternativa de

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Fungos podem se tornar uma fonte alternativa de proteína no futuro, aponta pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) divulgada em 2024. O estudo investigou o potencial nutricional e a aplicação do micélio, parte estrutural dos fungos, para substituir a carne em dietas sustentáveis.

O micélio apresenta alto teor proteico e textura comparável à da carne, segundo a pesquisa em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Por meio de técnicas avançadas, como edição genética, os pesquisadores conseguiram aumentar a produção de proteínas semelhantes às do leite, ovos e carne.

O uso do micélio pode reduzir impactos ambientais causados pela agricultura intensiva, como desmatamento e desgaste do solo, ressalta o pesquisador André Damasio. A sustentabilidade é um dos fatores que motivam o desenvolvimento dessa alternativa alimentar.

O mercado global para produtos à base de micélio deve ultrapassar US$ 32 bilhões até 2032, conforme o levantamento da Embrapa. Contudo, os produtos ainda não estão disponíveis comercialmente, principalmente porque precisam de melhorias no sabor e outras características organolépticas.

O estudo utiliza também fungos mais conhecidos na alimentação, como o shimeji, que está sendo cultivado em arroz parboilizado para consumo. Essa técnica busca ampliar a viabilidade da produção em larga escala.

No Brasil, alimentos à base de micélio são classificados como “novos alimentos” e passam por rigorosa avaliação de segurança antes da liberação para o mercado. Gabriel Mascarin, analista da Embrapa, destaca a necessidade de estudos clínicos sobre a absorção de aminoácidos pelo organismo e os efeitos de longo prazo desses produtos na saúde humana.

Os pesquisadores afirmam que o objetivo não é eliminar o consumo de carne animal, mas ampliar o leque de opções viáveis e acessíveis para os consumidores. O micélio pode ser usado tanto em produtos que imitam a carne quanto em híbridos que combinam diferentes fontes proteicas.

O setor de pesquisa em fungos recebeu investimentos superiores a € 628 milhões nos últimos cinco anos, valor acima dos € 459 milhões destinados à carne cultivada. A tecnologia do micélio é considerada mais simples e rápida para chegar ao mercado em comparação com a carne cultivada em laboratório.

Entre as limitações do micélio está sua baixa solubilidade, que restringe a aplicação em alimentos líquidos. Ainda assim, empresas têm tentado desenvolver iogurtes e outros produtos que incorporam o micélio para diversificar o consumo.

Em resumo, a pesquisa da Embrapa aponta o micélio como uma alternativa promissora para a produção de proteínas sustentáveis, com potencial econômico e ambiental. No entanto, desafios técnicos e regulatórios ainda precisam ser superados antes que esses alimentos cheguem às prateleiras.

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Fonte: g1.globo.com

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Fonte: g1.globo.com

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