A série especial do Jornal Nacional, lançada em

Imagem: s2-g1.glbimg.com

A série especial do Jornal Nacional, lançada em dezembro de 2024, mostra como o agronegócio brasileiro está enfrentando as mudanças climáticas, com foco na produção de arroz e feijão, essenciais na dieta nacional. A série antecede a COP30, que será realizada em Belém em janeiro de 2025, e apresenta os desafios e adaptações do setor diante das alterações climáticas.

No Rio Grande do Sul, a produção de arroz sofre com o atraso no plantio causado pelas enchentes de maio deste ano, que deixaram o solo encharcado. Produtores locais relatam dificuldades para plantar em condições ideais devido ao excesso de água, que impede o uso de máquinas agrícolas. Segundo o engenheiro agrônomo do IRGA, Ênio Coelho, o atraso na janela de plantio reduz a produtividade por hectare, afetando diretamente a renda dos agricultores.

A importância do arroz brasileiro para a segurança alimentar é destacada pelo pesquisador da Embrapa, Adriano Pereira de Castro. O Rio Grande do Sul produz cerca de 70% do arroz consumido no país, que responde por quase 20% das calorias diárias da população. Caso ocorram perdas significativas na produtividade, o abastecimento do mercado interno pode ser comprometido.

A série também aborda as mudanças na região Centro-Oeste, como em Goiás, onde o clima é diferente e o plantio depende de irrigação por pivôs mecânicos para compensar a falta de chuvas. A Embrapa lançou em 2020 uma cultivar de arroz, a BRS A502, que suporta melhor o peso dos grãos e permite a expansão da cultura para áreas antes inadequadas, como Pará, Maranhão e Rondônia.

Apesar da produtividade recorde no Rio Grande do Sul em 2024, a queda nos preços fez com que os agricultores reduzissem a intenção de plantio para a próxima safra, o que pode afetar o volume produzido. A distribuição regional da produção é apontada como fundamental para a segurança alimentar do país.

O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), criado para orientar os agricultores sobre os melhores períodos e locais para plantio, está sendo revisto diante das mudanças no clima. O pesquisador da Embrapa Silvando Carlos da Silva explica que as alterações climáticas têm modificado a geografia dos cultivos, com plantas e pragas migrando para novas regiões conforme a temperatura muda.

Entre as pragas, a mosca branca tem causado prejuízos significativos às lavouras de feijão, outra fonte importante de proteína para a população brasileira. Em São Paulo, a produção de feijão em 2024 sofreu redução de 60% na produtividade, fazendo com que agricultores desistissem da cultura nesta safra. Investimentos maiores no controle de pragas foram necessários para evitar perdas totais.

Pesquisadores da Embrapa desenvolveram um defensivo biológico a partir de um fungo natural que ataca a mosca branca. Esse produto, lançado após mais de uma década de estudos, ajuda no controle da praga, embora deva ser usado em conjunto com outras técnicas. Produtores destacam que a adaptação a novas condições climáticas e o desenvolvimento de soluções tecnológicas são essenciais para a continuidade da produção.

A série continua, com reportagens futuras previstas para abordar inovações na produção de carne e o impacto das mudanças climáticas na pecuária brasileira. O projeto visa mostrar como os produtores estão buscando alternativas para manter a produtividade e reduzir o impacto ambiental.

Palavras-chave relacionadas: agronegócio, mudanças climáticas, arroz, feijão, produção agrícola, irrigação, pragas, mosca branca, defensivo biológico, Rio Grande do Sul, Goiás, Embrapa, segurança alimentar, ZARC, cultivo adaptado, clima brasileiro.

Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Sair da versão mobile