A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (24)

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (24) um projeto que retira do arcabouço fiscal os investimentos temporários em saúde e educação financiados com recursos do Fundo Social. A votação ocorreu em Brasília e teve placar de 296 votos favoráveis e 145 contrários.
O projeto altera a regra fiscal que limita o crescimento das despesas públicas, permitindo que esses gastos não sejam contabilizados dentro dos limites do arcabouço fiscal. O texto segue agora para análise dos destaques, propostas de alteração, e posteriormente será encaminhado ao Senado.
O arcabouço fiscal substituiu o antigo teto de gastos, estabelecendo uma margem para o crescimento real das despesas entre 0,6% e 2,5% ao ano. Gastos superiores a essa faixa precisam ser compensados para não afetar a trajetória fiscal do país.
Em julho deste ano, o governo sancionou uma lei que determina a destinação de 5% dos recursos anuais do Fundo Social para saúde e educação pública, durante cinco anos. Atualmente, esses investimentos são contabilizados dentro do limite de despesas públicas, impactando o espaço para outros gastos discricionários.
O autor da proposta, deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), justificou que o aumento dos investimentos em saúde e educação só é viável se estiver fora do arcabouço fiscal. Segundo ele, a contabilização atual restringe o aumento previsto, inviabilizando a destinação dos 5% do Fundo Social para essas áreas.
O projeto enfrentou resistência da oposição. O deputado Gilson Marques (Novo-SC) classificou a medida como “maquiagem contábil” e ressaltou que saúde e educação deveriam estar incluídas no orçamento regular, não excluídas das regras fiscais.
Enquanto isso, parlamentares da base do governo e do PSOL defenderam a aprovação. O deputado Tarcísio Motta (PSOL-RJ) afirmou que a proposta amplia a capacidade do governo para investir em áreas prioritárias, contribuindo para o desenvolvimento do país.
Além dos gastos com saúde e educação, o projeto exclui do limite do arcabouço fiscal as despesas financiadas por empréstimos internacionais. O deputado Isnaldo argumentou que esses recursos são vinculados a contratos específicos e, portanto, não deveriam afetar o teto de gastos.
A proposta também gerou críticas por parte do deputado Kim Kataguiri (União-SP), que associou a exclusão dos empréstimos à compra de caças Gripen da Suécia. Ele apontou suspeitas de irregularidades no processo e disse que a medida permite que o governo ultrapasse o próprio arcabouço fiscal, que já considera problemático.
O Fundo Social recebe cerca de R$ 30 bilhões anuais, dos quais 5% — o equivalente a R$ 1,5 bilhão — serão destinados temporariamente a saúde e educação, conforme a lei vigente. A exclusão desses gastos do cálculo da meta fiscal amplia o espaço para investimentos, mas pode dificultar o controle fiscal do governo.
Para 2025, o governo projeta déficit nas contas públicas de R$ 73,5 bilhões. O projeto aprovado pode influenciar essa meta ao flexibilizar limites de despesas que antes impactavam diretamente o orçamento.
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Fonte: g1.globo.com
Fonte: g1.globo.com