Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump

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Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump podem se encontrar pela primeira vez como mandatários em setembro de 2025 durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, em meio à crise comercial entre Brasil e Estados Unidos. Embora não haja confirmação de reunião bilateral, a presença simultânea dos dois líderes ocorre após a implementação de tarifas de 50% por parte dos EUA sobre produtos brasileiros.

O Brasil deve abrir os discursos na sessão plenária, conforme tradição. Fontes próximas à delegação brasileira indicam que os presidentes terão momentos reservados antes e depois de suas falas, mas não garantiram que haverá cruzamento entre Lula e Trump. O presidente brasileiro afirmou à BBC News Brasil que cumprimentará Trump caso se encontrem, ressaltando a importância do diálogo civilizado.

Desde julho, os atritos aumentaram após Trump criticar investigações contra Jair Bolsonaro e o governo americano aplicar sobretaxas comerciais. Lula qualificou as medidas como “chantagem inaceitável” e prometeu retaliar, enquanto o Brasil regulamentou a Lei de Reciprocidade para responder a sanções estrangeiras.

Em artigo publicado no The New York Times, Lula defendeu diálogo aberto com os Estados Unidos, mas criticou as tarifas por considerá-las injustificadas comercialmente. Ele destacou o papel do Supremo Tribunal Federal brasileiro no julgamento de Bolsonaro e negou perseguição política.

Especialistas em relações internacionais consideram improvável um diálogo substancial entre Lula e Trump durante a Assembleia Geral. Paulo Velasco, da Uerj, afirmou que ambos os governos mantêm posições firmes e que Lula evitará situações constrangedoras, citando o exemplo do encontro tenso entre Trump e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em 2023.

Matias Spektor, da FGV-SP, acrescentou que qualquer contato entre os presidentes deve ser formal e breve. Segundo ele, o foco dos discursos será interno: Lula deve defender soberania, comércio livre e instituições internacionais, enquanto Trump provavelmente abordará a ameaça da esquerda, direcionando-se à sua base eleitoral.

A Assembleia Geral da ONU, segundo Spektor, não é espaço para negociações diretas, mas serve para definir o tom político global e indicar tendências nas relações internacionais. A expectativa é que a presença dos dois presidentes seja mais simbólica do que efetiva para a resolução das divergências comerciais e políticas recentes entre Brasil e Estados Unidos.

Palavras-chave relacionadas: Assembleia Geral da ONU, Lula, Donald Trump, relações Brasil-Estados Unidos, tarifas comerciais, crise diplomática, diálogo internacional, soberania nacional, política internacional, comércio exterior.

Fonte: g1.globo.com

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