O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem adotado medidas que indicam uma estratégia para desvalorizar o dólar. Entre as ações estão o aumento de tarifas comerciais e críticas ao Federal Reserve (Fed), com o objetivo de estimular as exportações e reduzir o déficit comercial americano.

Economistas afirmam que, ao dificultar as importações por meio de tarifas elevadas, Trump tenta tornar os produtos dos EUA mais competitivos no mercado internacional. Um dólar mais fraco reduz o preço dos bens americanos em moedas estrangeiras, impulsionando as vendas externas.

Em pronunciamentos, Trump demonstrou sua insatisfação com o dólar forte. Em julho de 2025, ele afirmou que, apesar de gostar de um dólar valorizado, a moeda mais fraca traz vantagens para o turismo e a indústria nacional, permitindo “ganhar muito mais dinheiro”.

Especialistas destacam que o conflito comercial de Trump, que gerou tensões globais, colaborou para uma percepção de instabilidade econômica. Isso afetou o dólar, que acumula queda superior a 10% em 2025 frente a uma cesta de moedas fortes, segundo o índice DXY.

O economista André Perfeito observa que o enfraquecimento do dólar faz parte de uma tentativa de compensar o impacto das tarifas. “Não adianta tariffar o mundo em 15% se a moeda está 15% mais forte”, exemplifica.

Outro aspecto da estratégia de Trump é a pressão sobre o Fed. O presidente dos EUA criticou o banco central e incentivou a redução dos juros, medida que ocorreu em setembro de 2025, com corte de 0,25 ponto percentual, alcançando a faixa de 4% a 4,25% ao ano.

Segundo o diretor-executivo do Brasil no FMI, André Roncaglia, o objetivo é diminuir a entrada de capitais estrangeiros, que valorizam o dólar, ao incentivar um ambiente de menor taxa de juros e crédito mais acessível. Assim, a moeda americana perderia valor sem perder seu papel global.

O uso de stablecoins também faz parte da estratégia concebida durante o governo Trump. A regulamentação aprovada em julho de 2025 visa criar um ambiente confiável para essas moedas digitais lastreadas em dólares. Essa iniciativa busca preservar o valor dos títulos públicos americanos, que sustentam a hegemonia do dólar.

Economistas explicam que, ao emitir stablecoins lastreadas em títulos do Tesouro americano, há uma demanda adicional por esses papéis, o que pode ajudar a reduzir o custo do financiamento da dívida pública, mesmo diante das pressões para enfraquecer a moeda.

No entanto, especialistas como o professor Roberto Dumas alertam que a estratégia de Trump enfrenta limitações. O déficit comercial dos EUA se deve a fatores estruturais, como alto consumo e baixa poupança doméstica, que não são resolvidos apenas com desvalorização cambial ou tarifas.

Além disso, situações históricas mostram que tentativas anteriores de desvalorizar o dólar ofereceram resultados mistos. Desde o fechamento da convertibilidade do dólar em ouro em 1971 até o Acordo de Plaza em 1985, os efeitos sobre a balança comercial americana foram limitados.

Em 2025, o real valorizou-se quase 14% frente ao dólar, beneficiado pela fraqueza da moeda americana e pelas diferenças nas taxas de juros brasileiras e norte-americanas. No entanto, economistas destacam que esse movimento reflete a desvalorização do dólar, não necessariamente a força da economia brasileira.

A queda na cotação do dólar e a instabilidade gerada pelas políticas comerciais americanas aumentaram a procura por ativos considerados seguros, como o ouro, que subiu cerca de 40% em 2025.

Em suma, a administração Trump busca enfraquecer o dólar por meio de tarifas, pressão sobre o banco central e a inovação financeira com stablecoins, para reforçar as exportações americanas e reequilibrar sua balança comercial. Contudo, o sucesso dessa estratégia é incerto diante dos desafios estruturais da economia dos EUA e do papel global do dólar.

Palavras-chave: dólar, desvalorização, Donald Trump, tarifas, Federal Reserve, déficit comercial, stablecoins, economia dos EUA, política cambial, mercado financeiro.

Fonte: g1.globo.com

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Fonte: g1.globo.com

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