No Espírito Santo, a banana ocupa papel central

No Espírito Santo, a banana ocupa papel central na culinária e na economia, sendo consumida em diversas preparações tradicionais e responsáveis por gerar empregos e renda no estado. Nesta segunda-feira (22), Dia Nacional da Banana, a importância da fruta é destacada em pratos como moqueca, feijão tropeiro, tortas e o soteco, caldo feito com banana verde em comunidades quilombolas de Cariacica.
A produção estadual ultrapassou 426 mil toneladas em 2024, cultivadas em 29,1 mil hectares, movimentando cerca de R$ 960 milhões por ano e gerando 28 mil empregos diretos na cadeia produtiva. Setenta e seis dos 78 municípios capixabas produzem banana, com concentração maior em Itaguaçu, Alfredo Chaves, Linhares, Iconha e Laranja da Terra.
Cariacica abriga o maior polo de produção orgânica do Brasil, responsável por 3 mil toneladas anuais. O Espírito Santo é o oitavo maior produtor do país, com exportações principalmente para a Argentina, que registraram 567,4 toneladas em 2024, gerando US$ 456,8 mil.
A banana-prata é a variedade predominante, respondendo por 80% da produção, seguida pela banana d’água (15%) e banana-da-terra (5%). O cultivo ocorre principalmente em áreas de encostas entre João Neiva e Mimoso do Sul, com níveis variados de tecnologia empregada, de baixo a alto em locais como Linhares.
A Cooperativa da Agricultura Familiar de Cariacica (CAFC), criada em 2017, reúne 347 cooperados em 13 municípios e comercializa cerca de 200 toneladas de banana por ano, com faturamento previsto de R$ 13 milhões em 2025. A cooperativa busca garantir preço justo e estabilidade a agricultores, evitando a dependência de intermediários.
O produtor rural Sérgio Boldi, que cultiva banana-prata orgânica em 10 hectares na região de Sabão, contabilizou 63 toneladas em 2024. A produção é feita manualmente e sofre influência do clima, com previsão de queda em 2025 devido a ventos e seca. Parte da produção abastece o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) em Cariacica.
A inserção da banana na gastronomia capixaba é resultado da cultura local e da história da interiorização do estado. Segundo o historiador Fernando Santa Clara, a banana está presente em pratos tradicionais desde o século 19, especialmente em comunidades quilombolas, onde o soteco e outras receitas populares foram preservadas.
A moqueca de banana é uma adaptação recente, popularizada a partir dos anos 2000, e hoje é associada à moqueca tradicional do Espírito Santo. Outras receitas típicas incluem cuca de banana, torta com recheio feito do umbigo da banana e feijão tropeiro com banana.
Do ponto de vista cultural, a banana também é símbolo de resistência africana, representada pelo personagem folclórico João Bananeira no Carnaval de Congo de Máscaras de Cariacica, que remete à história da escravidão e à valorização da identidade local.
Na Assembleia Legislativa do Espírito Santo, dois projetos de lei propõem reconhecer Alfredo Chaves como “Capital Estadual da Banana” e instituir o “Dia Estadual da Banana” em 22 de setembro. As propostas aguardam análise nas comissões responsáveis, sem previsão de votação.
Em outubro, Cariacica realizará a 11ª Festa da Banana, evento que oferece shows, gastronomia, turismo rural e atividades culturais, como a Olimpíadas da Banana e o Tombo do Doce da Banana, com entrada gratuita. A festa é organizada pela CAFC, associações locais e Prefeitura de Cariacica.
A banana permanece como item essencial na mesa dos capixabas e elemento econômico relevante para o Espírito Santo, integrando a produção, cultura e identidade da região.
—
Palavras-chave para SEO: banana Espírito Santo, produção de banana ES, culinária capixaba, economia do Espírito Santo, Cooperativa Agricultura Familiar Cariacica, banana orgânica ES, moqueca de banana, soteco, exportação de banana, variedades banana ES
Fonte: g1.globo.com
Imagem: s2-g1.glbimg.com
Fonte: g1.globo.com