A Natura anunciou nesta quinta-feira (19) a venda

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A Natura anunciou nesta quinta-feira (19) a venda da Avon International por um valor simbólico de £1 (cerca de R$ 7), marcando o fim de seu projeto de expansão global iniciado em 2012. A decisão reflete a estratégia da empresa de se concentrar na América Latina após enfrentar dificuldades financeiras e operacionais nas operações internacionais.

A trajetória internacional da Natura começou com a aquisição de 65% da australiana Aesop em 2012, tornando-se controladora total da marca em 2016. Em 2017, a empresa comprou a britânica The Body Shop por cerca de 1 bilhão de euros. O maior movimento ocorreu em 2019, com a compra da americana Avon por US$ 2 bilhões, consolidando a Natura&Co como o quarto maior grupo global de cosméticos e perfumes.

O objetivo da expansão era ganhar escala, diversificar mercados e fortalecer a presença global. No entanto, a integração das diferentes marcas e culturas, somada ao alto endividamento, trouxe desafios. A pandemia de Covid-19 intensificou a crise no setor, reduzindo receitas e exigindo a digitalização dos negócios.

Em 2023, a Natura iniciou o desmonte do portfólio internacional ao vender a Aesop por US$ 2,5 bilhões e a The Body Shop por US$ 254 milhões. A venda da Avon International segue essa tendência de simplificação, focando na operação latino-americana, que permanece sob controle da Natura.

Analistas destacam que a empresa pagou valores elevados pelas aquisições em um mercado inflacionado, o que prejudicou o retorno esperado. A Avon, especialmente fora da América Latina, apresentou resultados negativos e não acompanhou as mudanças no consumo. O desfecho da venda ao fundo Regent sinaliza o encerramento dessa fase.

A operação ainda aguarda aprovações regulatórias, com conclusão prevista para o primeiro trimestre de 2026. A transação exclui as operações da Avon na América Latina e na Rússia. A Natura poderá receber até £60 milhões em pagamentos adicionais condicionados a desempenho futuro.

Segundo especialistas, a prioridade agora é fortalecer as marcas regionais Natura e Avon Latam, melhorar a rentabilidade e reconquistar a confiança dos investidores. A valorização das ações após o anúncio da venda indica otimismo do mercado com a nova estratégia.

Ao sair do segmento internacional deficitário, a Natura busca oferecer uma trajetória mais sustentável e previsível, deixando para trás a ambição de se tornar uma gigante global e focando no mercado onde possui vantagem competitiva.

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Fonte: g1.globo.com

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Fonte: g1.globo.com

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