O programa de Jimmy Kimmel foi suspenso pela rede ABC na quarta-feira (17) após comentários do apresentador sobre a morte do ativista conservador Charlie Kirk. A suspensão ocorreu em meio a críticas ao conteúdo considerado ofensivo durante o monólogo de Kimmel, no dia 15, quando fez referências ao acusado pelo crime, Tyler Robinson.
David Letterman, ex-apresentador do Late Show, criticou a decisão durante sua participação no The Atlantic Festival, na quinta-feira (18). Ele afirmou que a suspensão representa um controle da mídia e uma censura que responde ao autoritarismo na administração federal. Para Letterman, demitir alguém por medo ou para agradar o governo não é correto.
Charlie Kirk foi assassinado na quarta-feira (10) durante um evento na Universidade Utah Valley. Kirk era conhecido por sua posição conservadora e ligação ao movimento Make America Great Again (MAGA). Tyler Robinson foi preso em flagrante na sexta-feira (12) e indiciado por homicídio qualificado.
No episódio do “Jimmy Kimmel Live!” em 15 de junho, Kimmel sugeriu que Tyler Robinson seria um republicano pró-Trump, criticando supostas tentativas de associar o acusado a grupos políticos opostos. O apresentador afirmou que houve manipulação política em torno do caso e lembrou que também houve um momento de luto.
A ABC decidiu retirar o programa do ar por tempo indeterminado, após declarações consideradas “ofensivas e insensíveis” em um momento delicado no debate político nacional, segundo Andrew Alford, presidente da divisão de transmissão da Nexstar, que exibe o programa em redes afiliadas.
O presidente da Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos (FCC), Brendan Carr, pediu que emissoras locais suspendessem a transmissão do programa e ameaçou punições contra a ABC e a Disney. A postura da FCC acendeu debates sobre liberdade de imprensa e interferência política.
Desde a suspensão do programa, artistas, políticos e setores da imprensa repercutem a decisão como um episódio de censura e pressão do governo federal sobre meios de comunicação críticos à administração do presidente Donald Trump. O contexto levanta questionamentos sobre o limite entre responsabilidade editorial e controle político.
O caso exemplifica uma escalada de tensões entre veículos de comunicação e autoridades governamentais nos Estados Unidos, principalmente diante de episódios que misturam política, mídia e judicialização de discursos públicos. A retirada do programa de Jimmy Kimmel ilustra esse cenário conflituoso.
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Fonte: g1.globo.com
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