O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou nesta sexta-feira (19) que não acompanhará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia Geral da ONU, que ocorre na próxima semana em Nova York, Estados Unidos. Lula embarca no domingo (21) para participar do encontro, enquanto Haddad permanecerá no Brasil devido à possível votação do projeto de isenção do Imposto de Renda no Congresso Nacional.
Haddad declarou que a decisão de ficar no país está vinculada à expectativa de reuniões dos líderes partidários na Câmara dos Deputados para discutir a conveniência e a oportunidade de levar o projeto ao plenário. O debate sobre o projeto deve ocorrer ainda na próxima semana. O ministro destacou que permanecerá próximo ao processo legislativo para apoiar a aprovação da proposta.
O presidente Lula participará da Assembleia da ONU no contexto de tensões diplomáticas com os Estados Unidos. O governo americano, sob Donald Trump, impôs uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros e aplicou sanções contra membros do Supremo Tribunal Federal, incluindo a Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes. Em entrevista recente à BBC, Lula afirmou que manterá o diálogo, caso encontre Trump durante o evento.
Outra ausência na comitiva brasileira será do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que cancelou sua viagem aos EUA por causa das restrições de circulação impostas pelo governo americano. Padilha classificou as restrições como “inaceitáveis” e uma “afronta”, afirmando que essas medidas inviabilizam sua participação na Assembleia Geral da ONU e em outros eventos previstos para a semana.
O projeto em discussão na Câmara prevê a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para rendimentos de até R$ 5 mil mensais. Atualmente, a isenção vale para salários de até R$ 3.036, o equivalente a dois salários mínimos de 2025. A proposta também inclui um desconto parcial para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7.350.
Relatado pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o projeto já passou por comissão especial e pode ser votado diretamente no plenário. Caso seja aprovado, cerca de 10 milhões de contribuintes deixarão de pagar o imposto a partir de 2026, ano eleitoral. A estimativa do Ministério da Fazenda aponta que 65% dos declarantes do Imposto de Renda (mais de 26 milhões de pessoas) seriam isentos.
De acordo com cálculos do diretor tributário da Confirp Contabilidade, Welinton Mota, quem recebe R$ 5 mil deixará de pagar cerca de R$ 313 de Imposto de Renda mensalmente, o que representa uma economia anual de aproximadamente R$ 4.067, considerando o décimo terceiro salário.
Mota explicou que o benefício diminui progressivamente para rendas entre R$ 5 mil e R$ 7.350, enquanto para quem ganha até R$ 4 mil o aumento líquido será de cerca de 37% no rendimento anual, devido à redução do imposto. Para salários acima de R$ 7.350, não haverá alteração na tributação.
A votação da proposta ainda depende da definição dos líderes partidários na Câmara, o que motiva a permanência de Haddad no Brasil durante o evento na ONU. O resultado do julgamento pode influenciar diretamente a base de apoio do governo e a aprovação de uma das promessas de campanha do presidente Lula.
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Fonte: g1.globo.com
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