O ator Leonardo DiCaprio afirmou que o heroísmo

O ator Leonardo DiCaprio afirmou que o heroísmo em seu personagem no filme “Uma batalha após a outra” está na presença constante, e não em gestos grandiosos. A declaração foi dada durante coletiva de imprensa realizada na Cidade do México, onde o elenco e o diretor Paul Thomas Anderson lançaram o longa para o público latino-americano, dias antes de sua estreia no Brasil, marcada para 25 de junho.

No filme, DiCaprio interpreta Bob, um ex-revolucionário desajeitado em um Estados Unidos fictício dominado por um regime fascista, que tenta proteger a filha de um antigo inimigo. O longa é uma adaptação do livro “Vineland”, de Thomas Pynchon, e tem sido apontado como forte candidato ao Oscar 2026, embora tenha evitado os principais festivais internacionais.

Durante a coletiva, DiCaprio destacou que a escolha de mostrar cenas opostas ao heroísmo tradicional foi intencional. “Sempre que a gente pensava em alguma cena de heroísmo, escolhíamos ir para o lado contrário”, explicou. Segundo ele, a verdadeira força do filme reside na relação simples entre pai e filha, “onde o heroísmo às vezes é apenas estar presente”.

O ator ainda comentou sobre o tom de humor do longa, que contrasta com a trama pesada. Ele atribuiu essa mistura ao roteiro do diretor Anderson, que colocou o protagonista em situações realistas e improváveis para alguém inserido em contextos de espionagem e revolução. “O humor veio de forma natural pelas situações em que o Paul colocou o Bob”, afirmou.

Benicio del Toro, que também integra o elenco como um professor de karatê que ajuda imigrantes a fugir das autoridades, destacou a complexidade dos personagens. Ele comentou que todos, inclusive os vilões, são tridimensionais e que o conjunto do elenco eleva a produção. O ator mencionou ter interesse em trabalhar com DiCaprio e Sean Penn, também presente no filme.

Paul Thomas Anderson, conhecido pelo trabalho em “Vício inerente” (2014), revelou que o projeto é antigo e nasceu do desejo de adaptar o livro “Vineland”. O diretor explicou que sua conexão com a história está na relação paterna: “Eu tenho três filhas, então para mim foi muito fácil me conectar com o Bob, ter um carinho pela Willa”. Para Anderson, o filme reflete o medo comum dos pais de fracassar com os filhos.

Apesar do cenário distópico e da presença de um governo autoritário no filme, o diretor evitou fazer paralelos diretos com a situação política atual dos Estados Unidos. Para ele, o tom da obra é otimista. “Torço que exista um otimismo nele que eu espero que seja transmitido. Eu sou um otimista. Eu sinto otimismo quando olho para a Chase”, declarou, referindo-se à jovem atriz Chase Infiniti, que interpreta a filha de Bob.

Anderson ressaltou que o final do filme simboliza a passagem da luta para a nova geração, representada pela personagem de Infiniti. “É a entrega da luta para ela, do futuro. Espero que seja um sentimento que faça parte das conversas sobre o filme”, concluiu.

“Uma batalha após a outra” estreia no Brasil em 25 de junho, e traz uma narrativa que mistura elementos de drama, política e uma relação familiar no centro da trama.

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Fonte: g1.globo.com