O Brasil manteve a segunda maior taxa de juros reais

O Brasil manteve a segunda maior taxa de juros reais do mundo após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidir, nesta quarta-feira (17), manter a taxa Selic em 15% ao ano. A decisão ocorre em meio a incertezas inflacionárias e desafios econômicos internos e externos que influenciam as decisões sobre política monetária.
O juro real é calculado pela taxa nominal de juros menos a inflação projetada para os próximos 12 meses. Segundo levantamento do MoneYou, o Brasil apresenta um juro real de 9,51%. A Turquia ocupa a primeira posição no ranking, com juro real de 12,34%, seguida pela Rússia, com 4,79%.
Na lista compilada pelo MoneYou, a Argentina, que estava em terceiro lugar no último levantamento, caiu para a sexta posição com juro real de 3,54%, empatada com a Índia. O relatório destaca que o país ainda enfrenta pressões inflacionárias relacionadas a gastos públicos e impactos das guerras tarifárias internacionais, especialmente as tensões comerciais motivadas pelos Estados Unidos.
O Copom optou por manter a Selic em 15% ao ano, patamar mais alto em quase duas décadas. A última vez que a taxa esteve nesse nível foi em julho de 2006, durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esta é a segunda reunião consecutiva em que a taxa permanece inalterada, após um ciclo de alta que terminou na reunião de julho.
Quando considerados os juros nominais, sem o desconto da inflação projetada, o Brasil ocupa a quarta posição global com 15%. A Turquia lidera com 40,5%, seguida pela Argentina com 29% e pela Rússia com 17%. Outros países do ranking incluem Colômbia, México, África do Sul e Hungria.
A manutenção da Selic visa controlar a inflação, a despeito dos efeitos negativos que juros elevados podem causar na economia, como a redução de investimentos e consumo. O Banco Central monitora as variáveis internacionais e internas para ajustar sua política monetária conforme necessário nos próximos meses.
O cenário econômico global e doméstico continua desafiador, com pressões inflacionárias e incertezas fiscais influenciando as decisões do Banco Central. O saldo atual mostra que o Brasil segue com taxas de juros elevadas para tentar estabilizar a economia e conter índices de preços.
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Fonte: g1.globo.com
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