O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou queda de 0,5% em julho na comparação com junho, conforme dados divulgados nesta segunda-feira (15). Essa foi a terceira retração mensal consecutiva do indicador, que serve como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
O IBC-Br é ajustado sazonalmente para permitir comparações entre períodos diferentes. Em julho, o índice recuou mais que os 0,2% registrados no mês anterior, quando já havia apresentado queda. A última alta mensal do índice ocorreu em abril, com avanço de 0,4%.
Na comparação anual, sem ajuste sazonal, o índice teve expansão de 1,1% em relação a julho de 2023. Considerando os primeiros sete meses de 2024, o crescimento acumulado foi de 2,9%. Nos 12 meses até julho, o aumento foi de 3,5%. Esses dados indicam uma desaceleração, mas ainda apontam crescimento da atividade econômica no acumulado.
Por setores, a agropecuária recuou 0,8% em julho. A indústria sofreu queda mais expressiva, de 1,1%. O setor de serviços apresentou diminuição de 0,2% no mesmo mês. Esses números refletem a moderação na atividade econômica apontada pelo Banco Central.
A desaceleração da economia no segundo trimestre e início do terceiro já era prevista pelo mercado financeiro e pela própria autoridade monetária devido à elevação na taxa básica de juros, a Selic, que está atualmente em 15% ao ano. Esse patamar é o maior registrado em quase 20 anos e tem como objetivo conter as pressões inflacionárias.
O Banco Central tem indicado que os juros devem permanecer elevados por um período prolongado. Analistas financeiros esperam cortes na taxa apenas em 2026, o que deve continuar influenciando a dinâmica econômica.
As projeções para o PIB indicam crescimento menor para os próximos anos. O mercado prevê uma expansão de 2,16% para 2025, enquanto o crescimento em 2023 foi de 3,4%. O Banco Central estima um crescimento de 2,1% para 2024. Essa desaceleração faz parte da estratégia da autoridade para controlar a inflação, considerada uma condição necessária para que a inflação converja para a meta oficial de 3%.
Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada em agosto, o Banco Central destacou que o “hiato do produto” segue positivo, o que indica que a economia opera acima do seu potencial sem gerar pressão inflacionária. O relatório também ressaltou que a atividade econômica doméstica mostra moderação no ritmo de crescimento e dados mistos entre diferentes setores.
O IBC-Br é calculado de forma diferente do PIB oficial divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Enquanto o PIB considera tanto a produção quanto a demanda, o IBC-Br inclui estimativas para os três principais setores da economia — agropecuária, indústria e serviços — além dos impostos, mas não incorpora o lado da demanda.
O Banco Central utiliza o IBC-Br como uma das referências para definir a política da taxa básica de juros. O monitoramento da atividade econômica por meio desse índice permite ajustes na taxa Selic para controlar a inflação, mantendo o equilíbrio entre crescimento econômico e estabilidade de preços.
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Fonte: g1.globo.com
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