As exportações brasileiras de calçados para os Estados

As exportações brasileiras de calçados para os Estados Unidos caíram 17,6% em agosto de 2024 na comparação com o mesmo mês do ano anterior, informou a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). A redução ocorre em meio à imposição de tarifas de 50% pelo governo norte-americano, que compromete a competitividade do setor.

A receita das exportações do setor recuou 1,4% no período. Um levantamento da Abicalçados aponta que 73% das empresas do segmento já sofreram diminuição no faturamento devido ao aumento tarifário. Além disso, 60% registraram cancelamentos de pedidos e atrasos ou paralisações em negociações comerciais.

Algumas empresas adotaram férias coletivas para seus funcionários enquanto aguardam maior definição sobre o cenário econômico. Os estados mais impactados são Rio Grande do Sul, Ceará e São Paulo, que concentram a maior parte das exportações para os EUA.

O mercado norte-americano representa 20% do volume exportado de calçados brasileiros. Para tentar manter seus clientes, metade das empresas do setor tem oferecido descontos médios de 15% nos produtos.

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destacou que o Brasil exporta calçados para 160 países e busca ampliar mercados, como demonstrado na recente participação na feira mundial de calçados em Milão. Ele ressaltou, porém, a importância do mercado norte-americano para a indústria.

Paralelamente, o setor observa um aumento de 41,5% nas importações brasileiras de calçados chineses em agosto, na comparação com igual mês de 2023. Essa alta está relacionada à perda do mercado norte-americano pela China, que redireciona sua produção para países da América do Sul, especialmente o Brasil.

O preço reduzido dos calçados chineses preocupa as indústrias nacionais, que temem impactos negativos para a produção doméstica e a economia do setor no longo prazo.

O presidente da Abicalçados ressaltou que o avanço das importações chinesas, aliado ao tarifaço dos EUA, pode prejudicar o futuro da indústria brasileira.

Assim, o setor calçadista enfrenta desafios simultâneos com a imposição de tarifas comerciais que dificultam o acesso aos EUA e a concorrência dos produtos importados com preços inferiores.

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Fonte: g1.globo.com