O preço da carne bovina no Brasil caiu 0,43% em

O preço da carne bovina no Brasil caiu 0,43% em agosto, mantendo a sequência de pequenas quedas mensais registradas no primeiro semestre, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, especialistas afirmam que essa queda não deve se manter nos próximos meses devido à alta demanda interna e ao ritmo forte das exportações.
Nos últimos 12 meses, a inflação da carne bovina acumulou 22,17%. Cortes populares, como acém, peito e músculo, tiveram aumentos que variam de 24% a 29%, conforme dados do IBGE. Entre os cortes, o acém subiu 29,1%, o peito 27,4% e o músculo 24,6%.
Um dos principais fatores para a manutenção dos preços elevados é a exportação brasileira de carne, que permanece aquecida mesmo após a imposição de tarifas elevadas pelos Estados Unidos, na gestão de Donald Trump. Embora os EUA tenham caído da segunda para a quinta posição entre os maiores importadores da carne brasileira, outros países, como México, China, Rússia e Chile, ampliaram suas compras.
De janeiro a julho, o Brasil exportou três vezes mais carne para o México em comparação ao mesmo período do ano anterior. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) projeta que as exportações totais para 2025 devem crescer 12% em relação a 2024.
Segundo o analista Fernando Henrique Iglesias, do Safras & Mercados, o setor se adaptou à nova realidade do mercado global, redirecionando a produção para países que não aplicaram tarifas elevadas. Com isso, menos carne fica disponível para o mercado interno, o que contribui para a manutenção dos preços altos.
No mercado doméstico, o consumo tende a aumentar especialmente no último trimestre do ano, período de maior demanda tradicionalmente. O especialista prevê que essa alta deve pressionar a inflação da carne para cima, revertendo a sequência de quedas recentes.
Além disso, dificuldades na produção de carne nos Estados Unidos podem impactar a oferta global, elevando ainda mais os preços no Brasil, destaca Cesar de Castro Alves, gerente de Consultoria Agro do Itaú BBA.
Com a alta dos preços da carne bovina e a renda estagnada da população, o produto está se tornando menos acessível para a maioria dos brasileiros. Segundo André Braz, economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o aumento dos preços da carne supera o crescimento dos salários, o que leva os consumidores a reduzir o consumo desse produto.
Fernando Iglesias completa que a carne bovina está se tornando uma proteína destinada principalmente aos consumidores de maior poder aquisitivo. Ele explica que esse é um fenômeno global e que grande parte da população tende a substituir a carne bovina por proteínas mais baratas, como as carnes de frango e suína.
Essas proteínas alternativas apresentam custo mais baixo e mantêm valor nutricional, o que deve aumentar sua presença no consumo cotidiano dos brasileiros nos próximos anos.
Em resumo, apesar das pequenas quedas recentes, o preço da carne bovina no Brasil permanece elevado e deve sofrer novas altas nos próximos meses devido à forte demanda interna, crescimento das exportações e menor disponibilidade de gado para abate. A tendência aponta para a continuidade de preços altos, tornando a carne bovina menos acessível para a maior parte da população.
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Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com