Economia

Governo milei inicia intervenção no câmbio para conter queda

Governo milei inicia intervenção no câmbio para conter queda
  • Publishedsetembro 2, 2025

O governo do presidente argentino Javier Milei anunciou nesta terça-feira (2) que passará a intervir no mercado de câmbio em meio à queda acelerada do peso frente ao dólar e à tensão política no país. A medida visa aumentar a liquidez e estabilizar a moeda após meses de desvalorização contínua.

Desde abril, o peso argentino sofre uma forte depreciação em relação ao dólar, passando de 1.000 para cerca de 1.359 pesos por dólar nesta terça-feira. A economia adotava uma política de desvalorização controlada, chamada “crawling peg”, mas a queda se intensificou nas últimas semanas. No primeiro dia útil após o anúncio do governo, a moeda caiu 11,38%.

Segundo o Tesouro Nacional, a participação no mercado de câmbio pretende garantir o bom funcionamento e a liquidez do mercado livre. Especialistas destacam que o governo buscava flexibilizar as restrições cambiais para conter a crise, mas fatores econômicos e políticos agravaram a situação.

O economista André Galhardo, da Análise Econômica, aponta que a desvalorização reflete tanto problemas estruturais da Argentina quanto desgastes políticos recentes. “O país ainda enfrenta desafios que não podem ser resolvidos rapidamente”, afirmou. Ele lembra que a economia argentina tem um pouco mais de reservas internacionais e acordos com o Fundo Monetário Internacional (FMI), mas essas melhorias não foram suficientes para conter a crise.

Além da situação econômica, o governo enfrenta um momento político delicado, com eleições provinciais programadas para domingo (7) e eleições legislativas em outubro. O escândalo envolvendo a irmã de Milei, Karina, secretária-geral da Presidência, que foi acusada de corrupção em áudios vazados, tem gerado impactos negativos na imagem do governo.

Os áudios, divulgados em 22 e 27 de agosto, revelam acusações contra Karina Milei e contra o subsecretário de gestão institucional, Eduardo Menem, sobre um esquema de propina relacionado à compra de medicamentos para a rede pública. Diego Spagnuolo, ex-chefe da Agência Nacional para a Deficiência (Andis), que fez as denúncias, foi demitido logo após a divulgação do caso.

O presidente Milei negou publicamente as acusações e defendeu a irmã, classificando as denúncias como “mentirosas”. Ele também afirmou que irá tomar medidas legais contra os envolvidos nas acusações.

A repercussão do escândalo tem afetado a governabilidade de Milei e a confiança dos investidores, que já estavam receosos diante da instabilidade cambial. A queda nos índices de aprovação do presidente nas últimas semanas se intensificou desde o início das denúncias.

No esforço para estimular a economia, o governo lançou ainda em maio um programa que permite aos argentinos aplicar economias não declaradas em imóveis e depósitos bancários com limites estabelecidos, sem necessidade de comprovar a origem do dinheiro. Apesar disso, essa iniciativa não foi suficiente para conter a desvalorização do peso.

A decisão do governo de intervir no câmbio pode gerar resistência entre investidores, mas também sinaliza a intenção de adotar medidas graduais para conter a instabilidade financeira. “É uma tentativa de colocar o pé no chão e enfrentar os desafios de forma mais controlada”, avaliou Galhardo.

A combinação de fatores econômicos e políticos tem colocado o governo Milei sob pressão a poucas semanas de eleições importantes, enquanto a economia argentina continua enfrentando dificuldades para recuperar a estabilidade.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

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