Guitarrista e produtor Perinho Albuquerque morre aos 79 anos

Perinho Albuquerque, produtor musical e guitarrista baiano, morre aos 79 anos e deixa legado marcante na MPB dos anos 1970 Morreu na última sexta-feira (15), aos 79 anos, em Salvador (BA), o guitarrista, arranjador e produtor musical Perinho Albuquerque, nome fundamental para a Música Popular Brasileira (MPB) da década de 1970. Natural de Salvador, Perinho lutava contra as complicações de…
Perinho Albuquerque, produtor musical e guitarrista baiano, morre aos 79 anos e deixa legado marcante na MPB dos anos 1970
Morreu na última sexta-feira (15), aos 79 anos, em Salvador (BA), o guitarrista, arranjador e produtor musical Perinho Albuquerque, nome fundamental para a Música Popular Brasileira (MPB) da década de 1970. Natural de Salvador, Perinho lutava contra as complicações de um AVC e não resistiu a um infarto, encerrando uma carreira marcada pela contribuição a discos emblemáticos de artistas como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Chico Buarque, Gal Costa e Gilberto Gil.
Pericles Albuquerque, conhecido artisticamente como Perinho, nasceu em 25 de abril de 1946. Embora seu rosto seja pouco visto na internet, seu trabalho é reconhecido por especialistas e fãs da MPB, graças ao papel decisivo que teve na formação sonora da época. Ele atuou como guitarrista, arranjador e produtor em álbuns que hoje são referências para a música brasileira.
Sua trajetória musical começou nas ruas de Salvador, quando, ainda adolescente, integrou o conjunto Carlito e seu Conjunto, tocando violão elétrico em bailes da cidade. Sem formação musical formal, Perinho desenvolveu sua habilidade como arranjador por intuição e observação, talento que o levou a participar de projetos culturais de grande relevância.
Um exemplo marcante da contribuição de Perinho está no álbum “Gal canta Caymmi” (1976), onde realizou arranjos para músicas como “Dois de fevereiro”, “O vento” e “São Salvador”. Também foi responsável pelos arranjos do álbum “Drama – Anjo Exterminado” (1972), de Maria Bethânia, que consolidou a artista após seu sucesso com o espetáculo “Rosa dos ventos – O show encantado” (1971). Perinho produziu ainda os aclamados discos “Álibi” (1978) e “Mel” (1979), que ajudaram a transformar Bethânia em uma das maiores vendedoras de discos do Brasil.
Ao longo da carreira, trabalhou com grandes nomes da MPB, como Caetano Veloso, com quem iniciou parceria em 1964. Participou do álbum “Qualquer coisa” (1975) como guitarrista, mas foi junto a Maria Bethânia que sua contribuição foi mais constante, assinando os arranjos de todos os discos de estúdio da cantora na década de 1970.
Além disso, Perinho foi o responsável pela direção musical do primeiro álbum de Luiz Melodia, “Pérola negra” (1973), onde assinou nove dos dez arranjos, ajudando a moldar o som único do artista. Na discografia de Gal Costa, destacou-se como diretor de produção do álbum “Água viva” (1978), sequência do disco “Caras & bocas” (1977), ambos notórios por seu toque de MPB com influências roqueiras.
O álbum “Sinal fechado” (1974), de Chico Buarque, também tem Perinho Albuquerque em sua ficha técnica, evidenciando sua importância junto aos maiores nomes da música brasileira da época.
Irmão do baixista Moacir Albuquerque (1945 – 2000), Perinho, embora discreto e pouco exposto na mídia, construiu um legado sólido que permanece vivo na história da MPB. Sua contribuição musical, muitas vezes nos bastidores, foi essencial para o formato de uma geração de albuns que ainda influenciam músicos e ouvintes no Brasil e no mundo.
A morte de Perinho Albuquerque representa a perda de um dos grandes artífices da música popular brasileira, cuja obra reverbera décadas depois e merece ser continuamente celebrada.
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Fonte: g1.globo.com