Diretor de filmes da Xuxa, Paulo Sérgio Almeida, falece aos 80 anos

Morre Paulo Sérgio Almeida, diretor de filmes da Xuxa e criador do site Filme B Morreu nesta quinta-feira (14), aos 80 anos, o cineasta e estudioso do mercado audiovisual Paulo Sérgio Almeida. A confirmação foi feita pelo ator e músico Bernardo Siaines, filho do diretor, ao g1. Natural de Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, Almeida construiu uma…

Morre Paulo Sérgio Almeida, diretor de filmes da Xuxa e criador do site Filme B

Morreu nesta quinta-feira (14), aos 80 anos, o cineasta e estudioso do mercado audiovisual Paulo Sérgio Almeida. A confirmação foi feita pelo ator e músico Bernardo Siaines, filho do diretor, ao g1. Natural de Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, Almeida construiu uma carreira multifacetada no cinema brasileiro, atuando como diretor, produtor, gestor e pesquisador do setor.

Trajetória no cinema e principais obras

Paulo Sérgio Almeida iniciou sua carreira na indústria audiovisual como assistente de direção em filmes marcantes das décadas de 1970 e início dos anos 1980, destacando-se sua participação em “Xica da Silva” (1976). Logo depois, estreou como diretor com curtas-metragens como “Dá-lhe Rigoni” (1980) e “Sobrenatural de Almeida” (1981), além do longa-metragem “Beijo na Boca” (1982), que contou com grandes nomes do cinema nacional como Mário Gomes, Cláudia Ohana e Joana Fomm.

Ao longo dos anos 1980 e 1990, Almeida consolidou-se especialmente na direção de comédias voltadas ao público infantojuvenil, com destaque para quatro filmes estrelados pela apresentadora Xuxa Meneghel:

– Banana Split (1988), com André Di Mauro e Myrian Rios
– Sonho de Verão (1990), com Xuxa e Sérgio Mallandro
– Xuxa Popstar (2000), com Luigi Baricelli e Marcos Frota
– Xuxa e os Duendes (2001) e sua sequência Xuxa e os Duendes 2 – No Caminho das Fadas (2002)

Além disso, dirigiu o longa drama “Inesquecível” (2007), com Murilo Benício, Guilhermina Guinle e Caco Ciocler.

Atuação nos bastidores do cinema e contribuição ao mercado audiovisual

Paulo Sérgio também teve papel importante nos bastidores da indústria cinematográfica brasileira, atuando como coordenador de lançamentos de filmes de sucesso, entre eles “Central do Brasil” (1998), dirigido por Walter Salles, além de “Deus é Brasileiro” (2003), de Carlos Diegues, e “Eu Tu Eles” (2000), de Andrucha Waddington.

Especialista no mercado audiovisual, Almeida ocupou cargos importantes como superintendente de comercialização da Embrafilme entre 1989 e 1991 e presidente da Riofilme entre 1992 e 1994.

Filme B: inovação para o mercado audiovisual brasileiro

Em meados da década de 1990, durante sua atuação na Top Tape, Paulo Sérgio se inspirou em um boletim norte-americano de análise de bilheterias chamado “Movieline”, o que o motivou a criar, em 1997, o Filme B. Originalmente enviado por mala-direta, o Filme B evoluiu para um site e banco de dados que reúne informações detalhadas sobre a performance dos filmes brasileiros. A plataforma se tornou referência para jornalistas, produtores e estudiosos do audiovisual no país, fornecendo dados sobre público, receita por sala, região e tendências de mercado.

Publicações e legado

Além de sua produção audiovisual, Paulo Sérgio Almeida deixou contribuições importantes no campo acadêmico e profissional do cinema, com a publicação de dois livros em 2002: “Quem é Quem no Cinema no Brasil” e “Cinema: desenvolvimento e mercado” (este em parceria com o jornalista Pedro Butcher).

Sua carreira multifacetada — que misturou direção, gestão e pesquisa — fez dele uma figura de destaque no cinema brasileiro, tanto no campo artístico quanto no comercial e analítico.

Conclusão

Paulo Sérgio Almeida foi um cineasta que marcou o audiovisual brasileiro por sua versatilidade e visão estratégica do mercado. De diretor de filmes populares a gestor e criador de uma ferramenta essencial para o estudo e acompanhamento da indústria cinematográfica, seu legado permanecerá vivo para novas gerações. O cinema e o público perdem um importante profissional, cuja obra e contribuições continuam a influenciar o setor no Brasil.

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Fonte: g1.globo.com