O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (17) que a União Europeia ainda não decidiu sobre a aprovação do acordo de livre comércio entre o bloco europeu e o Mercosul, adiando a assinatura prevista para a cúpula do Mercosul em Foz do Iguaçu (PR). Segundo Lula, o Brasil e os demais países do Mercosul já cederam todas as possibilidades diplomáticas, e a demora europeia gera incertezas sobre o fechamento do tratado.
Lula destacou que a assinatura do acordo, inicialmente marcada para 20 de novembro, foi adiada para 20 de dezembro a pedido da União Europeia, que alegou só conseguir aprová-lo em 19 de dezembro. Porém, o presidente brasileiro informou que agora há risco de não aprovação neste prazo. O chefe do Executivo federal disse que pretende manter uma posição firme caso a resposta europeia seja negativa.
A declaração foi feita durante reunião ministerial realizada na residência oficial da Granja do Torto, em Brasília, quando Lula avaliou os resultados do governo e definiu metas para 2026, ano eleitoral. Durante o encontro, o presidente também cobrou mais divulgação das conquistas do governo pela população.
Na terça-feira (16), o Parlamento Europeu aprovou novos mecanismos de salvaguarda para importações agrícolas relacionadas ao acordo com o Mercosul, dando um passo adiante para a efetivação do tratado que está em negociação há 26 anos. Entretanto, o texto aprovado apresenta regras mais rigorosas em relação à proposta inicial da Comissão Europeia, lançada em setembro.
Com essas alterações, parlamentares precisam negociar com o Conselho Europeu uma nova versão do acordo, já que o Conselho apoiara a primeira proposta. As reuniões do Conselho estão marcadas para os dias 18 e 19 de dezembro, com expectativa de votação ainda esta semana.
Se aprovado pelo Conselho, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, poderá participar da cúpula do Mercosul no Paraná para assinar o pacto, que criaria a maior zona de livre comércio do mundo, envolvendo os 27 países da União Europeia e os cinco do Mercosul.
Lula criticou a demora na conclusão do acordo, afirmando que o tratado é mais vantajoso para a União Europeia do que para os países do Mercosul. O presidente citou a França e a Itália como países que resistem à aprovação, mencionando que a primeira preocupa-se com os interesses dos agricultores franceses e a segunda ainda não justificou sua posição contrária.
Para a aprovação final, o Conselho Europeu precisa obter a maioria qualificada, que exige pelo menos 15 dos 27 Estados-membros com representação de 65% da população total da UE. França, Itália, Polônia e Hungria são atualmente os principais países contrários ao acordo, enquanto Áustria e Irlanda também demonstram resistência. A Bélgica informou que deve se abster na votação.
Na última segunda-feira (15), o presidente francês Emmanuel Macron e a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni concordaram em adiar a votação do tratado, conforme divulgado pela agência Reuters. Esse adiamento reabre o debate diplomático e mantém a indefinição sobre o futuro do acordo.
O tratado comercial entre Mercosul e União Europeia é resultado de mais de duas décadas de negociações e busca ampliar o comércio entre os dois blocos econômicos, com impacto significativo para setores agrícolas e industriais.
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Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com