A Netflix e a Paramount travam uma disputa

A Netflix e a Paramount travam uma disputa pela aquisição da Warner Bros Discovery, empresa proprietária da HBO, CNN, além de franquias como Looney Tunes, Harry Potter e Friends. O acordo da Paramount, avaliado em US$ 72 bilhões, foi oficialmente apresentado na segunda-feira (8) como uma oferta rival à da Netflix, que busca ampliar seu catálogo e evitar que concorrentes adquiram o conteúdo valioso do grupo.
A Paramount argumenta que sua proposta oferece mais dinheiro imediato aos acionistas da Warner Bros Discovery e tem maior probabilidade de aprovação regulatória, enquanto a Netflix mantém a intenção de concluir a compra para fortalecer seu domínio no mercado de streaming, que conta com mais de 300 milhões de assinantes globalmente.
Caso a venda seja concluída, a Warner Bros Discovery planeja dividir partes do negócio, tornando a CNN uma empresa independente. A oferta da Paramount causou impacto no mercado financeiro: as ações da Warner Bros subiram mais de 4% e as da Paramount 9%, enquanto as da Netflix caíram 3%.
Os órgãos reguladores nos Estados Unidos e Europa devem analisar a aquisição, avaliando o impacto concorrencial especialmente para consumidores. O processo pode levar meses e envolve preocupações sobre concentração de mercado. O presidente norte-americano Donald Trump manifestou publicamente seu interesse no caso, apontando que a compra pela Netflix poderia gerar problemas relacionados às regras antitruste do país.
A Warner Bros Discovery possui um dos mais amplos catálogos da indústria, reunindo clássicos do cinema e séries de prestígio como The Sopranos e Sex and the City. A empresa vem enfrentando transformações devido à pressão do mercado de streaming, o que motiva o interesse das duas gigantes do setor.
A Netflix busca a aquisição para ampliar seu portfólio de conteúdos e consolidar sua posição contra concorrentes como Disney e Amazon. Por sua vez, a Paramount, que recentemente incorporou o estúdio Skydance, objetiva adicionar cerca de 120 milhões de assinantes do HBO Max aos seus próprios 79 milhões, buscando maior escala para competir.
A operação da Paramount ganharia tração política pelo relacionamento entre o bilionário Larry Ellison, controlador da empresa, e Donald Trump, o que poderia facilitar a aprovação diante de possíveis obstáculos regulatórios. Além disso, o projeto da Paramount envolveria a formação de uma holding reunindo CBS e CNN, o que despertou atenção para os possíveis impactos no setor de notícias.
O CEO da Paramount, David Ellison, apontou, em entrevista, que seu plano beneficiaria toda a indústria de mídia, criticando o projeto da Netflix por concentrar poder em uma única empresa. Ele também questionou a viabilidade da estratégia da Warner Bros Discovery de dividir suas operações tradicionais em empresas independentes.
Executivos da Netflix afirmaram estar confiantes na aprovação da compra e consideraram a proposta da Paramount como uma tentativa esperada. Analistas indicam que a oferta da Netflix provavelmente enfrentará maior rigor regulatório devido ao tamanho da empresa no segmento de streaming, enquanto o plano da Paramount terá a análise focada nos efeitos para distribuidores locais e redes esportivas.
A disputa abre um capítulo importante no mercado de entretenimento global, com potenciais mudanças na dinâmica de distribuição e produção audiovisual. A decisão final depende da análise de órgãos reguladores e poderá redefinir a competitividade dos principais players de streaming e televisão paga.
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Fonte: g1.globo.com
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