Os economistas do mercado financeiro passaram a não

Os economistas do mercado financeiro passaram a não prever mais o início do corte da taxa básica de juros, a Selic, para janeiro de 2025, segundo o boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta semana. A pesquisa consultou mais de 100 instituições financeiras na sexta-feira (5) e considerou as expectativas dos últimos 30 dias.

Atualmente, a taxa Selic está em 15% ao ano, o maior nível em quase 20 anos, e o Banco Central deve manter esse patamar na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta semana. A maioria dos analistas agora projeta que a redução do juro comece somente em fevereiro, com uma queda para 14,5% ao ano.

O Copom define a taxa básica de juros com base no sistema de metas de inflação. Se as projeções indicam que a inflação ficará dentro da meta, o Banco Central pode reduzir os juros; o contrário implica manter ou elevar a Selic. Desde o início de 2025, o alvo da inflação anual foi fixado em 3%, com uma margem entre 1,5% e 4,5%.

No entanto, a inflação oficial acumula seis meses consecutivos acima da meta desde junho, fato que levou o Banco Central a emitir uma carta pública explicando as razões desse cenário. As decisões sobre a Selic consideram as projeções futuras da inflação, pois os efeitos completos da taxa básica de juros na economia demoram de seis a 18 meses para ocorrer.

Neste momento, o Banco Central já considera a meta de inflação para o segundo trimestre de 2027 ao definir a política monetária atual. Para os anos de 2025 a 2028, as expectativas do mercado para a inflação oficial são 4,40%, 4,16%, 3,8% e 3,5%, respectivamente, índices ainda acima da meta central.

A manutenção da Selic no nível atual busca conter a alta dos preços e ajustar as expectativas para que a inflação retorne ao intervalo definido pelo sistema de metas em médio prazo. O adiamento do corte dos juros reflete o cenário de inflação persistente e a necessidade de monitoramento contínuo pelo Banco Central.

A próxima reunião do Copom é aguardada com atenção pelos agentes do mercado, que esperam confirmações sobre o ritmo da política monetária e a trajetória da taxa Selic para os próximos meses.

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Fonte: g1.globo.com