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Em 2024, o livro *1985 – O ano que repaginou

Em 2024, o livro *1985 – O ano que repaginou
  • Publisheddezembro 7, 2025

Em 2024, o livro *1985 – O ano que repaginou a música brasileira*, organizado por Célio Albuquerque e publicado pela Garota FM Books, apresenta um amplo panorama da produção fonográfica brasileira daquele ano, considerado crucial para a redemocratização do país e a renovação musical. A obra reúne ensaios sobre 85 álbuns lançados em 1985, evidenciando como a diversidade e o contexto político influenciaram a música nacional.

O ano de 1985 marcou o fim da ditadura militar no Brasil, processo que impactou diretamente a cultura e a música popular. O livro revela que, apesar da ausência de lançamentos inéditos por nomes como Caetano Veloso e Maria Bethânia, o cenário musical foi rico e expressivo. Artistas de distintas vertentes culturais produziram álbuns que refletem as transformações sociais em curso, em especial na MPB, pop nacional e samba.

A obra faz parte de uma trilogia iniciada em 2014 e que inclui também o livro *1979 – O ano que ressignificou a MPB*. Albuquerque reuniu textos de jornalistas, pesquisadores e artistas, que analisam os álbuns sob diferentes perspectivas. Entre os autores estão figuras como Manu da Cuíca, que escreve sobre Beth Carvalho, e jornalistas como Lucas Vieira, que contextualiza o álbum *Dia dorim noite neon*, de Gilberto Gil.

Além de estudos mais jornalísticos, o livro conta com relatos pessoais de músicos que participaram diretamente do cenário fonográfico daquela época, como Guilherme Arantes, que comenta o álbum com o hit “Cheias de charme”, e Joana Hime, que escreve sobre o disco *Clareando* do pai Francis Hime. Essa combinação de pontos de vista enriquece a narrativa e permite uma aproximação maior com o contexto artístico e social daquele período.

A publicação também destaca artistas que, embora importantes, costumam receber menos atenção fora de seus centros regionais, como Gerônimo, um dos pioneiros da axé music em Salvador. O festival Rock in Rio, inaugurado em janeiro de 1985, é citado como um evento que impulsionou o mercado do pop rock, apontando para a pluralidade da produção musical em meio ao processo democrático.

O organizador Célio Albuquerque convidou colaboradores a escrever sobre discos representativos da década, com destaque para o álbum *Bem-bom* de Gal Costa, que também integra a análise da obra. O livro se destaca por reunir uma ampla diversidade de gêneros e artistas, mapeando tanto lançamentos populares quanto obras menos divulgadas.

A edição conta ainda com uma seção complementar de 55 verbetes assinados por Carlos Eduardo Lima, Célio Albuquerque e Ricardo Schott, que ajudam a ampliar o panorama fonográfico daquele ano. A iniciativa resgata a importância de 1985 não só na história política do Brasil, mas também na sua produção cultural.

Com suas 512 páginas, o livro forma um mosaico detalhado sobre a música brasileira de 1985, revelando um ano rico em lançamentos que dialogaram diretamente com o momento de redemocratização. A obra contribui para revisitar e compreender a importância daquele período na construção da música popular contemporânea.

Assim, *1985 – O ano que repaginou a música brasileira* se apresenta como uma referência essencial para pesquisadores, jornalistas e amantes da música que desejam entender a conexão entre arte e história política no Brasil. A publicação reafirma o papel da música como expressão e agente de transformação social em um momento de transição nacional.


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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Vitor Souza

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