Em julho de 2013, as empresas YPF e Chevron firmaram

Em julho de 2013, as empresas YPF e Chevron firmaram um acordo para explorar petróleo e gás na região de Vaca Muerta, no norte da Patagônia argentina, impulsionando uma transformação econômica e social na cidade de Añelo. A atividade petrolífera não convencional, baseada no fracking, alterou profundamente a dinâmica local, trazendo crescimento demográfico, novos desafios de infraestrutura e mudanças no mercado de trabalho.
Anteriormente, Añelo tinha uma economia centrada na agropecuária, com foco na criação de cabras, e permanecia à margem da produção petrolífera da província de Neuquén, que já contava com cidades industriais como Plaza Huincul e Cutralcó. A mudança começou com o aumento do tráfego nas estradas da região, saturadas por veículos pesados usados na extração de petróleo e gás.
O crescimento da cidade ocorre tanto em área quanto em verticalidade, com a expansão para o planalto próximo ao centro histórico. A população permanente subiu para cerca de 12 mil habitantes, com outros 15 mil trabalhadores transitando diariamente para a indústria. Empresas e construtoras desenvolveram habitações específicas para atender à demanda, com aluguéis que chegam a ser mais caros que na capital provincial.
A infraestrutura local enfrenta limitações. As vias de acesso foram danificadas pelo excesso de veículos pesados, causando acidentes fatais e intensificando o debate sobre responsabilidade por melhorias. A oferta de serviços também não acompanhou o ritmo da expansão. A saúde pública conta com poucos especialistas, e a falta de profissionais dificulta o atendimento básico. O hospital público depende de mão de obra externa, e a chegada da primeira clínica particular é recente.
Na educação, o aumento de alunos quase dobrou desde 2018, mas as escolas ainda utilizam contêineres para dar suporte às turmas, evidenciando a insuficiência de espaço físico. A rotatividade de alunos reflete a mobilidade dos trabalhadores do setor, que frequentemente relocam suas famílias. A diversidade de estudantes aumentou, com migrantes de outras regiões argentinas e de países vizinhos, em busca de emprego ligado ao petróleo e suas atividades indiretas.
O crescimento acelerado trouxe consequências sociais variadas, incluindo o surgimento de atividades paralelas, como o comércio informal e o aumento do consumo problemático de álcool e drogas, além de questões envolvendo a prostituição, segundo relatos locais.
No mercado de trabalho, a indústria de petróleo gera salários elevados para muitos trabalhadores, mas a disparidade salarial é grande em relação a servidores públicos e profissionais da saúde e educação. Essa diferença motivou a criação de programas municipais de habitação para atender grupos com menor renda.
A exploração em Vaca Muerta contribuiu para que a Argentina superasse o déficit energético, alcançando superávit na balança comercial de energia em 2023. Apesar dos ganhos econômicos, o método de extração por fraturamento hidráulico levanta preocupações ambientais sobre o consumo de água e o aumento de atividades sísmicas na região.
As mudanças na cultura local também são visíveis. Jovens que antes buscavam estudos superiores agora tendem a preferir o ingresso direto na indústria petrolífera, atraídos por salários mais altos. Interessados em se estabelecer na área enfrentam o desafio de um ambiente árido, com ruas de terra e infraestrutura ainda em desenvolvimento.
O município de Añelo se adapta a um cenário de crescimento acelerado, envolvendo investimentos em infraestrutura, serviços públicos e políticas sociais para mitigar os impactos econômicos e ambientais da atividade petrolífera. A cidade representa um exemplo das transformações que a exploração não convencional de hidrocarbonetos traz a pequenas comunidades.
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Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com