Economia

Tarifa de 50% sobre café solúvel, uva, mel e pescados brasil

Tarifa de 50% sobre café solúvel, uva, mel e pescados brasil
  • Publishednovembro 26, 2025

O café solúvel, a uva, o mel e os pescados brasileiros continuam sujeitos a uma tarifa de 50% nos Estados Unidos, apesar da redução de alíquotas para outros produtos do agro promovida pelo governo americano em novembro. As medidas anunciadas nos dias 14 e 20 deste mês zeraram taxas para cerca de 400 produtos, mas não incluíram esses segmentos, que enfrentam dificuldades no comércio com o país.

No dia 14, os EUA eliminaram uma tarifa recíproca de 10% para cerca de 200 produtos alimentícios de vários países. Já a medida do dia 20 focou no Brasil, retirando uma sobretaxa de 40% aplicada em julho para mais de 200 itens brasileiros, além de quase 700 exceções já definidas anteriormente. Entre os beneficiados estão o café em grão e a carne bovina, principais itens exportados para os EUA pelo setor agropecuário brasileiro.

Apesar de o café solúvel, a uva, o mel e os pescados representarem parcelas menores das exportações, os EUA são mercados importantes para esses produtos. A Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics) informou que o setor não entende por que o café solúvel foi excluído das isenções. Em 2024, os Estados Unidos absorveram 10% das exportações brasileiras dessa categoria, que historicamente tem forte presença no país norte-americano.

Segundo Aguinaldo Lima, diretor-executivo da Abics, as vendas do café solúvel para os EUA caíram cerca de 50% entre agosto e outubro deste ano, após a imposição da tarifa adicional. Os exportadores temem perder espaço nas prateleiras dos supermercados americanos. Negociações para a suspensão da taxa continuam entre Abics, Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Itamaraty e ministérios brasileiros.

No setor da uva, a tarifa de 50% também permanece. Dados do Ministério da Agricultura indicam que os EUA foram responsáveis por 23% das exportações brasileiras dessa fruta em 2024. A Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) relatou uma queda de 73% nas vendas entre outubro e novembro em comparação ao mesmo período do ano anterior. A entidade atribui a exclusão da uva da lista de isenções à produção e à expectativa de supersafra nos EUA, além das importações de Chile e Peru.

O mel brasileiro enfrenta duas tarifas nos EUA: além da sobretaxa de 50%, há uma taxa comum de importação de 8,04%. A Associação Brasileira dos Exportadores de Mel (Abemel) e a Central de Cooperativas Apícolas do Semiárido Brasileiro (Casa Apis) destacam que as negociações seguem em andamento, mas alertam para a incerteza na renovação dos contratos que vencem em dezembro de 2025. Ainda assim, os EUA respondem por quase 80% das exportações brasileiras de mel natural em 2024.

No caso dos pescados, o setor critica a ausência de avanços nas negociações com os EUA. A Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca) afirma que as vendas para o mercado norte-americano geram em torno de US$ 300 milhões anuais e representam quase metade das exportações brasileiras de pescados. Eduardo Lobo, presidente da Abipesca, declara que a falta de prioridade nas discussões bilaterais prejudica a geração de empregos e a economia em comunidades costeiras e ribeirinhas.

O setor agropecuário brasileiro comemora a retirada de tarifas adicionais para produtos-chave, mas ainda enfrenta barreiras para parte de sua produção voltada ao mercado americano. Produtores e exportadores mantêm o diálogo com autoridades brasileiras e norte-americanas na busca por soluções que garantam competitividade e acesso ao maior consumidor mundial. A continuidade das tarifas em segmento importantes sinaliza desafios persistentes nas relações comerciais entre os dois países.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

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