O Museu Grévin, em Paris, apresentou na quinta-feira

O Museu Grévin, em Paris, apresentou na quinta-feira (20) uma nova estátua de cera da princesa Diana, vestida com o chamado “vestido da vingança”, em uma homenagem à falecida realeza britânica. A obra foi criada para oferecer uma representação mais realista de Diana, após o diretor do museu considerar insatisfatória a estátua entregue pelo Madame Tussauds, em Londres.

A figura em tamanho real exibe a princesa com uma réplica do vestido preto justo, ombro a ombro, que Diana usou na Serpentine Gallery, em Londres, em 1994. Na mesma noite, o então príncipe Charles admitiu publicamente ter sido infiel à princesa, uma confissão que marcou a história da monarquia britânica.

Para Paris, a homenagem tem um significado especial. Diana morreu em 1997 em um acidente de carro no túnel da ponte de l’Alma, próximo ao rio Sena, no coração da capital francesa. Desde então, ela permanece presente no imaginário e na memória coletiva da cidade, manifestada em memorializações espontâneas nas ruas com flores e bilhetes.

A revelação da estátua coincide com o 30º aniversário da entrevista de Diana ao programa “Panorama” da BBC, que trouxe revelações comprometedoras sobre a família real e alterou a percepção pública da monarquia e da rainha Elizabeth II. O museu destacou que a obra também simboliza essa fase de emancipação da princesa.

Diferentemente de outras figuras reais exibidas no Grévin, a estátua de Diana foi colocada distante das representações do ex-marido, agora rei Charles III, e da sogra, rainha Camilla. A princesa é mostrada com saltos altos, um colar de pérolas e uma pequena bolsa, detalhes que reforçam o retrato daquela noite de ruptura.

A romancista Christine Orban, autora do livro “Mademoiselle Spencer”, enfatizou a importância do vestido preto como um símbolo da libertação de Diana. Segundo ela, o uso de um vestido tão marcante e de salto alto contradizia as normas da família real, que usa preto apenas em funerais, e marcou um ponto de virada na imagem pública da princesa.

Fundado no século XIX, o Museu Grévin abriga representações em cera de líderes políticos, artistas e figuras da cultura popular. A incorporação da estátua de Diana faz parte da estratégia do museu para renovar seu acervo e manter o interesse dos cerca de 700 mil visitantes anuais que frequentes o local.

A notícia sobre a nova peça ganhou repercussão em Paris antes mesmo da abertura oficial, despertando lembranças na população. Para o parisiense Julien Martin, a inauguração reforça a conexão duradoura da cidade com a figura da princesa. Para a estudante Lina Ben Amar, Diana representa a primeira princesa moderna, cuja imagem ainda atrai turistas e moradores.

A estátua da princesa Diana foi posicionada ao lado de outra figura histórica que faleceu em Paris, Maria Antonieta, ressaltando o vínculo do museu com personagens de relevância histórica e cultural ligados à França.

Com a inclusão da nova obra, o Museu Grévin reforça seu papel na preservação e exposição da memória popular e real, alinhando sua coleção às expectativas de um público com interesse em personalidades que marcaram a história recente.

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Fonte: g1.globo.com