Economia

Funcionários do Nubank divulgaram manifesto na quarta-feira

Funcionários do Nubank divulgaram manifesto na quarta-feira
  • Publishednovembro 15, 2025

Funcionários do Nubank divulgaram manifesto na quarta-feira (12) contra o fim do regime de home office, alegando que a mudança para o modelo híbrido exigirá uma reorganização profunda de suas vidas pessoais e profissionais. Eles destacam que muitos aceitaram vagas na empresa justamente pelo formato remoto e que o retorno presencial afetará a rotina familiar e financeira.

De acordo com os relatos, trabalhadores compraram imóveis ou firmaram contratos de aluguel em outras cidades baseados no trabalho remoto. O retorno obrigatório pode dificultar especialmente a rotina de quem cuida de filhos ou familiares, comprometendo o cumprimento das novas exigências do banco. Esses temas foram abordados na plenária virtual organizada pelo Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, que reuniu quase 300 participantes.

O encontro apontou críticas à forma como o Nubank comunicou a transição ao modelo híbrido e trouxe questionamentos sobre a falta de diálogo. Houve ainda preocupação com demissões por justa causa, que já ocorreram após anúncio da mudança. No mesmo dia, 12 funcionários foram desligados. O CEO David Vélez indicou em redes sociais que os desligamentos ocorreram por extrapolação dos limites do ambiente profissional.

Segundo o manifesto, a medida prevista para julho de 2026 e ampliada em janeiro de 2027 afetará cerca de 70% dos funcionários, que passarão a cumprir dois e depois três dias por semana no escritório. O atual modelo exige apenas uma semana presencial a cada trimestre. O documento cita estudo que aponta impacto maior entre trabalhadores que cuidam de pessoas com deficiência e alerta para a redução da renda disponível devido aos deslocamentos até grandes centros urbanos.

Durante a plenária, funcionários relataram que o novo formato não foi negociado previamente e tem gerado receios sobre demissões caso não aceitem o aditivo contratual. Também foi criticado o formulário usado para pedidos de exceção, disponibilizado apenas para cargos de maior senioridade, enquanto algumas áreas não têm acesso ao processo.

As reivindicações incluem a reversão da política de retorno presencial, transparência nos critérios para concessão de exceções, suspensão de punições aplicadas a quem se manifestou contra a medida, e a reintegração dos 14 demitidos como condição mínima para negociação. Os trabalhadores pedem ainda a construção de um acordo coletivo que garanta regras estáveis e previsibilidade para quem foi contratado em regime remoto.

O Sindicato orientou os funcionários a registrar denúncias por canais oficiais com garantia de sigilo e anunciou uma nova reunião com a direção do Nubank para 19 de novembro. Também afirmou que pode recorrer à Justiça caso não haja avanço nas negociações e buscar mediação em órgãos públicos se necessário.

Em nota enviada ao g1, o Nubank afirmou manter “canais e rituais abertos para o livre debate” e que não tolera desrespeito ou violações de conduta. A empresa ressaltou que não comenta casos individuais de desligamentos. Segundo o banco, a transição ao modelo híbrido foi planejada para combinar “o melhor do presencial e do remoto”, com implementação gradual para fortalecer a cultura, aumentar a colaboração e acelerar a inovação.

O Nubank também informou que oferecerá suporte à realocação e analisará exceções para casos específicos, mas reafirmou que o trabalho presencial será o padrão para a maioria das equipes. A empresa destacou que continua avaliando feedbacks dos funcionários e investe em novos escritórios no Brasil e no exterior para adequar a transição.

A mudança gerou debates sobre motivos pelos quais muitos profissionais preferem se desligar de empresas a abrir mão do home office, diante das transformações no mercado de trabalho e das condições impostas pelas novas políticas presenciais.

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Fonte: g1.globo.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

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