O Banco Central anunciou na última semana que

O Banco Central anunciou na última semana que desistiu de lançar uma moeda digital oficial brasileira, conhecida como DREX, mas seguirá desenvolvendo a infraestrutura necessária para contratos inteligentes. A decisão foi comunicada por Breno Lobo, chefe-adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do BC, durante um evento da Associação Brasileira de Direito e Economia (ABDE) na área de segurança digital.
Segundo Breno Lobo, o Banco Central recuou na ideia da CBDC (Central Bank Digital Currency) e agora foca em criar uma infraestrutura tecnológica para viabilizar contratos inteligentes com liquidação automática. Ele destacou que o DREX funcionará mais como uma plataforma para esses contratos do que como uma moeda digital propriamente dita.
O site do Banco Central, quando lançou as diretrizes gerais para a moeda digital em maio de 2021, definiu o DREX como uma “extensão da moeda física”. Na ocasião, o BC apontava a segurança das operações como vantagem frente às criptomoedas e criptoativos disponíveis no mercado, já que seria a versão digital oficial do real.
Na apresentação mais recente, Breno Lobo afirmou que para a população não faz muita diferença se a moeda é emitida pelo Banco Central ou por alguma instituição financeira. Ele não detalhou os motivos que levaram o BC a abandonar o projeto da moeda digital oficial.
O foco, segundo o dirigente, está na criação de uma infraestrutura que permita registrar contratos inteligentes com liquidação atrelada às condições contratuais, ou seja, garantir a troca simultânea de bens e pagamentos. O DREX, nesse novo formato, busca ampliar as utilidades para a população brasileira.
Como exemplo de aplicação, Breno Lobo citou documentos digitais que possibilitem transferências de bens móveis e imóveis, como carros e casas, ao mesmo tempo em que os pagamentos são confirmados, evitando fraudes ou prejuízos para as partes envolvidas.
Outro exemplo apresentado foi o uso de dispositivos inteligentes, como uma geladeira conectada, realizando compras automaticamente ao detectar falta de produtos e efetuando pagamentos via carteira digital. Esse sistema elimina a necessidade de cadastro em cartões de crédito ou débito e reduz custos bancários.
A moeda digital DREX esteve alinhada à discussão crescente sobre criptomoedas, bitcoins e outros criptoativos, que tiveram alta popularidade e atraíram investidores nos últimos anos. No entanto, o Banco Central reforçou que a segurança e a regulação pública seriam diferenciais da proposta inicial.
Com a decisão de manter apenas a infraestrutura e não a emissão direta da moeda digital pelo BC, o país se insere em uma tendência global de experimentação tecnológica, sem adotar formalmente a CBDC. O desenvolvimento do sistema de contratos inteligentes poderá abrir novos caminhos para transações digitais e automação no mercado financeiro.
A conclusão do Banco Central sinaliza uma mudança na estratégia para o ambiente digital financeiro, conciliando inovação tecnológica sem comprometer o papel institucional da autoridade monetária na emissão e controle da moeda oficial.
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Palavras‑chave relacionadas
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Fonte: g1.globo.com
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