O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve nesta quarta-feira (5) a taxa básica de juros em 15% ao ano, patamar mais alto em quase 20 anos, com objetivo de conter pressões inflacionárias. A decisão, unânime entre os membros do Copom, ocorre em meio a um cenário político de divergências públicas sobre o impacto e a condução da política monetária.
A Selic permanece estável pelo terceiro encontro consecutivo e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reafirmou a autonomia da instituição para tomar decisões técnicas. A manutenção da taxa busca controlar a inflação projetada que, segundo o BC, ainda está acima da meta para os próximos anos.
Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central e indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, defendeu a política atual do BC e o trabalho da diretoria liderada por Galípolo. Em evento recente em Londres, afirmou que o principal desafio do país não é monetário, mas fiscal, ressaltando a necessidade de credibilidade nas contas públicas para viabilizar a redução dos juros.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por sua vez, manifestou opinião contrária em evento da Bloomberg na véspera da decisão do Copom. Ele defendeu corte imediato da Selic, argumentando que a taxa real de juros de 10% não se justifica diante da inflação projetada em 4,5%. Haddad ressaltou a importância de “razoabilidade” na condução da política monetária e alertou para os riscos do impacto dos juros elevados sobre a economia e a produção.
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também criticou publicamente os juros altos. Em rede social, apontou que taxas elevadas dificultam investimentos, acesso ao crédito, geração de empregos e prejudicam o equilíbrio fiscal do país. Em declarações anteriores, ela classificou os juros como “genocidas” e responsabilizou o Banco Central por comprometer a economia e a vida das famílias brasileiras.
O presidente Lula, que já fez críticas duras ao ex-presidente Roberto Campos Neto, não comentou diretamente a decisão desta semana, mas em ocasiões anteriores destacou a autonomia do atual presidente do BC, Gabriel Galípolo, e defendeu ajustes graduais na política de juros para evitar instabilidades. Lula citou que o país herdou desafios na gestão anterior do BC, o que demandaria cautela.
A política monetária adotada pelo Banco Central busca controlar a inflação pelo sistema de metas, com a Selic como principal instrumento. Desde 2025, a meta central é fixada em 3%, com intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%. A inflação oficial tem ficado acima dessa meta, pressionando a manutenção dos juros elevados.
Decisões sobre a taxa Selic consideram projeções futuras da inflação, devido ao intervalo de seis a 18 meses para os efeitos dos juros impactarem a economia. Atualmente, o BC já considera o cenário até 2027, com projeções oficiais acima da meta, o que influencia a postura cautelosa em relação à redução dos juros.
O mercado financeiro e autoridades políticas veem na alta taxa um instrumento necessário, mas controverso, diante dos efeitos sobre o crescimento econômico e a população. O debate entre manter a taxa elevada para controlar a inflação e reduzir para estimular a economia permanece central na agenda econômica do país.
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Fonte: g1.globo.com
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