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A música brasileira ainda é, para o público internacional, sinônimo de bossa nova, apesar da diversidade de gêneros que o país produz. O contraste entre a imagem clássica e a produção atual mostra como um estilo criado nos anos 1950 e 1960 permanece como a principal referência do Brasil no exterior.
Cantoras como a britânica Olivia Dean, a islandesa Laufey e a filipina Beabadoobee incorporam elementos da bossa nova em suas músicas, com vocais suaves e arranjos minimalistas que remetem ao estilo. Nenhuma delas tem origem brasileira, mas o som que produzem reforça a associação internacional entre Brasil e bossa nova.
O impacto da bossa nova é histórico. O álbum “Getz/Gilberto” de João Gilberto e Astrud Gilberto ganhou o Grammy de Álbum do Ano em 1965, e “The Girl from Ipanema” foi premiada como Gravação do Ano. Esses feitos ajudaram a consolidar a imagem da bossa nova como marca representativa do país.
Apesar da relevância de outros movimentos brasileiros, como a Tropicália, o Clube da Esquina, o samba, o sertanejo, o forró e o funk, poucos ganharam o mesmo grau de identificação internacional. Alguns nomes estrangeiros, como Kurt Cobain e Alex Turner, já reconheceram influência desses estilos, mas eles ainda são percebidos como nichos ou descobertas pontuais.
O funk, por exemplo, alcançou audiências em países como Turquia e Ucrânia, enquanto hits sertanejos como “Ai se eu te pego” tiveram repercussão global no início dos anos 2010. Contudo, essas vertentes ainda não substituíram a bossa nova como principal símbolo musical do Brasil no exterior.
Artistas como Anitta vêm ampliando a presença da música brasileira contemporânea no cenário internacional, especialmente com o funk e elementos do reggaeton e do pop. Mesmo assim, Anitta, em alguns momentos, recorreu à bossa nova para criar uma imagem que dialoga com a memória cultural brasileira.
A estética suave e intimista da bossa nova também se conecta a tendências atuais, como o pop ASMR, que privilegia vocais discretos e arranjos sutis. Esse modelo de produção é uma herança direta da bossa nova praticada por João Gilberto. Essa dimensão estética ajuda a manter a bossa nova como uma marca reconhecível da música brasileira no exterior.
Sérgio Mendes foi um dos responsáveis por fortalecer essa presença americana, com diversas músicas em paradas da Billboard ao longo dos anos. A influência da bossa nova cruzou com o jazz e expandiu-se para outros mercados globais, tornando-se a primeira imagem sonora que muitas pessoas têm do Brasil.
Apesar da pluralidade rítmica e sonora do país, a percepção externa permanece ancorada no que se pode chamar de “o som suave do Brasil”. O charme, a história e a exportabilidade da bossa nova explicam por que, ao perguntarem qual é a música brasileira no mundo, a resposta geralmente remete ao estilo clássico.
Em resumo, o Brasil produz novos ritmos e gêneros que ganham público, mas a bossa nova continua sendo a referência dominante no cenário internacional. O país é reconhecido pela suavidade e pela melancolia elegante de um estilo que atravessa décadas sem perder relevância.
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Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com