Uma passageira foi detida pela Polícia Federal (PF)

Uma passageira foi detida pela Polícia Federal (PF) no Aeroporto Internacional de Brasília neste domingo (26) após fazer uma “piada” sobre levar uma bomba na bagagem durante o procedimento de check-in. A mulher, identificada como Karyny Virgino Silva, foi presa em flagrante mesmo após a inspeção não encontrar explosivos.
A legislação brasileira considera crime qualquer menção a explosivos em aeroportos, pois a fala pode gerar pânico, mobilizar forças de segurança e interromper operações aéreas mesmo sem risco real. O artigo 261 do Código Penal prevê pena de dois a cinco anos de reclusão e multa para quem expõe a perigo embarcação ou aeronave.
Especialistas explicam que as autoridades têm a obrigação de tratar ameaças como reais. O perito aeronáutico Daniel Calazans afirmou que, diante de uma declaração sobre bomba, a polícia deve agir como se fosse verdade, independentemente de ser uma “piada”.
Durante o check-in, as companhias aéreas perguntam sobre itens proibidos na bagagem, que inclui explosivos, combustíveis, gases e materiais radioativos. A Azul Linhas Aéreas, empresa responsável pelo voo de Karyny para Confins (MG), afirmou que tais medidas são necessárias para garantir a segurança das operações.
O caso de Karyny não é isolado. Em agosto de 2013, uma passageira foi impedida de embarcar na Qatar Airlines, em São Paulo, após uma piada sobre terrorismo. Em 2019, em Recife, um passageiro foi retirado da aeronave após dizer que carregava uma bomba. Em outubro de 2023, um voo em Teresina atrasou quatro horas após uma brincadeira com bomba na bagagem. Em abril de 2024, dois influenciadores foram retirados de um voo em Guarulhos após mencionar uma “bomba” em tom de brincadeira.
Na audiência de custódia, Karyny recebeu liberdade provisória sem fiança, com a obrigação de comparecer a todos os atos do processo, manter o endereço atualizado e não se mudar sem autorização judicial. A defesa afirmou que a fala foi uma “piada infeliz” e que a existência de dolo específico será avaliada durante o processo.
Karyny é servidora do Banco do Brasil. O banco não se manifestou sobre o caso. A passageira estava acompanhada de uma amiga, que também foi submetida à inspeção, mas foi liberada.
A Polícia Federal reforça que o combate a falsas ameaças é necessário para garantir a segurança de voos e prevenir transtornos a passageiros e operações aeroportuárias.
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Fonte: g1.globo.com
Imagem: s2-g1.glbimg.com
Fonte: g1.globo.com