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Celebridades internacionais e brasileiras têm investido em c

Celebridades internacionais e brasileiras têm investido em c
  • Publishedoutubro 27, 2025

Celebridades internacionais e brasileiras têm investido em clubes de futebol nos últimos anos, atraídas pelo potencial de visibilidade, retorno financeiro e impacto social. Em 2024, nomes como Snoop Dogg, Ryan Reynolds, Rob McElhenney, Michael B. Jordan, Will Ferrell e Ed Sheeran anunciaram participações em clubes na Inglaterra e no País de Gales. No Brasil, artistas como Kelly Key e L7nnon também começam a se envolver com equipes esportivas, refletindo uma tendência crescente no mercado.

Em julho, o rapper americano Snoop Dogg tornou-se sócio do Swansea City, clube galês que disputa a segunda divisão do futebol inglês. Isso segue a compra do Wrexham AFC, feito em 2021 pelos atores Ryan Reynolds e Rob McElhenney, que investiram em um time até então na quinta divisão inglesa. Sob a gestão dos atores, o Wrexham subiu para a Championship, segunda divisão, e ganhou destaque internacional, impulsionado pela série documental “Welcome to Wrexham”, vencedora de prêmios Emmy.

No futebol inglês, outros artistas também se tornaram investidores. O ator Michael B. Jordan tem participação no AFC Bournemouth, Will Ferrell adquiriu uma fatia do Leeds United e o cantor Ed Sheeran investe no Ipswich Town. Nos Estados Unidos e México, celebridades como Reese Witherspoon, Matthew McConaughey, Eva Longoria e Natalie Portman se envolvem em clubes, com destaque para o Angel City FC, time feminino cofundado por Portman, avaliado em US$ 250 milhões.

Especialistas apontam que o interesse das celebridades pelo futebol está ligado à convergência entre esporte e entretenimento, além das possibilidades oferecidas pelo ambiente digital. Pedro Oliveira, cofundador da empresa de gestão esportiva OutField, ressalta que o fim das barreiras da televisão e o uso do streaming ampliam o alcance dos clubes, tornando-os produtos globais. A OutField, por exemplo, assumiu recentemente a gestão do Le Mans FC, na segunda divisão francesa, com investidores internacionais de várias áreas.

O impacto econômico desses investimentos é evidente, especialmente no caso do Wrexham. Desde a chegada dos novos proprietários, o turismo na cidade-galeria aumentou 50%, gerando movimentação anual estimada em 191 milhões de libras (cerca de R$ 1,2 bilhão). A popularidade do clube também impulsionou a venda de produtos oficiais para mercados internacionais, reforçando o valor comercial da marca.

No Brasil, o processo de profissionalização do futebol ainda está em desenvolvimento. A partir da criação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), em 2021, clubes passaram a operar como empresas, facilitando investimentos privados e modernização da gestão. O cantor Gusttavo Lima tornou-se sócio do Atlético Clube de Paranavaí, no Paraná, em fevereiro de 2024. O rapper L7nnon negocia a compra do Olaria, time da zona norte do Rio de Janeiro, atualmente na Série A2 do Campeonato Carioca, após participação como patrocinador.

O projeto do Kiala FC, fundado em 2023 em Angola pela cantora Kelly Key e seu marido, também demonstra interesse pelo futebol com foco social e formativo. Com investimentos superiores a R$ 500 mil, o clube atende cerca de 70 adolescentes e busca se consolidar no futebol profissional angolano, combinando esportividade e impacto comunitário.

O jornalista Rodrigo Capelo, especialista em gestão esportiva, alerta que o sucesso desses investimentos depende da busca por sustentabilidade financeira e gestão profissional. Ele destaca riscos relacionados a investidores que podem agir de forma oportunista, prejudicando os clubes a médio prazo. No entanto, Capelo acredita que a presença de celebridades tende a agregar visibilidade e não deve alterar a essência do futebol nem exacerbar as desigualdades já presentes no esporte.

No cenário internacional, a compra de clubes por celebridades ocorre em ambientes com governança estruturada, ligas organizadas e ecossistemas maduros de mídia e entretenimento. No Reino Unido, é possível adquirir clubes em divisões inferiores e escalar sua valorização. No Brasil, a profissionalização ainda avança e enfrenta desafios relacionados a gestão e cultura esportiva.

Apesar disso, o interesse de celebridades e investidores no futebol brasileiro cresce, impulsionado pela consolidação da SAF e pela ampliação do mercado esportivo. O efeito esperado é o fortalecimento da sustentabilidade financeira dos clubes, o aumento da base de fãs e o desenvolvimento do futebol como negócio, com respeito à identidade cultural das equipes.

Em síntese, a entrada de celebridades no futebol reflete a convergência entre esporte, marketing e entretenimento. Mesmo com riscos, trata-se de um movimento que pode impulsionar clubes menores, gerar receitas e transformar o esporte em uma plataforma global, com impactos que vão além do campo.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

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