Montadoras de veículos no Brasil alertam para risco

Montadoras de veículos no Brasil alertam para risco de paralisações na produção devido à escassez de semicondutores provocada pelo conflito entre China e Holanda. A tensão começou em maio, quando o governo holandês assumiu o controle da Nexperia, empresa de capital chinês, o que levou a restrições nas exportações de chips essenciais para a indústria automotiva.
O setor automotivo brasileiro monitora a situação com preocupação, uma vez que a limitação na oferta de semicondutores pode impactar diretamente a produção nas fábricas nacionais já nas próximas semanas. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) declarou que o problema pode ser semelhante ao enfrentado durante a pandemia de Covid-19, período em que houve paralisações, suspensão temporária de contratos e demissões.
Segundo a Anfavea, um veículo moderno utiliza entre 1 mil e 3 mil chips e, sem esses componentes, a linha de produção pode ser interrompida. A entidade solicitou apoio do governo federal para minimizar os efeitos da crise, ressaltando que o setor emprega mais de 1,3 milhão de pessoas no país.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços informou que acompanha os possíveis impactos e mantém diálogo com a indústria brasileira para buscar soluções que evitem prejuízos às empresas e aos empregos.
Montadoras como Renault, Hyundai e Volkswagen afirmam estar atentas ao cenário global. A Renault, com duas fábricas no Paraná, diz manter contato constante com fornecedores e monitorar alternativas para preservar a continuidade da produção. A Hyundai, que produz em Piracicaba (SP), afirma não identificar risco atual de interrupção. Já a Volkswagen, que anunciou paralisações na Alemanha, repercute preocupações semelhantes sobre a cadeia global de suprimentos.
Outras empresas, como Volvo e Nissan, também acompanham a evolução da crise, enquanto algumas montadoras como Caoa preferiram não comentar o assunto até o momento.
Especialistas apontam que a escassez de semicondutores é um desafio global que afeta não só as fabricantes de veículos, mas também as empresas que fornecem serviços e componentes para o setor. O economista Luiz Carlos Laureano destaca que a dependência da cadeia global expõe o Brasil a riscos elevados, incluindo possíveis demissões em massa, já que a interrupção da produção representa desafios financeiros para as empresas.
Para minimizar futuros impactos, Laureano sugere a necessidade de diversificar fornecedores ou investir na produção nacional de chips, com o objetivo de fortalecer a indústria interna e reduzir a vulnerabilidade a disputas internacionais.
O conflito entre Holanda e China e suas repercussões evidenciam a fragilidade da cadeia global de suprimentos na indústria automotiva, e o Brasil permanece em alerta diante dos possíveis desdobramentos para a produção e empregos no setor.
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Fonte: g1.globo.com
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